Na “final” do Horto, Levir e a cria Jadson duelam pela taça que perderam em 2004

Frederico Ribeiro – Hoje em Dia
30/10/2015 às 07:37.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:16
 (Arquivo Hoje em Dia)

(Arquivo Hoje em Dia)

Somente um deles ficará com ela e dará fim a um sentimento de decepção acumulado por mais de uma década. A cobiçada taça do Campeonato Brasileiro só tem dois destinos e, após 11 anos, Levir Culpi e Jadson viram rivais na busca pelo título inédito.

Em 2004, o treinador do Atlético e o camisa 10 do Corinthians eram mestre e pupilo no Atlético-PR. No domingo, estarão frente a frente pela primeira vez no ano, prontos para o capítulo mais aguardado da corrida pela faixa de campeão.

O melhor jogador do Brasileiro, pelo menos nos números, foi revelado pelo Furacão em 2002 e, aos 21 anos, viu a chegada de Levir Culpi à Arena da Baixada como um propulsor da carreira. O treinador fez o papel de pai e colocou juízo na cabeça do então jovem, conforme relata Washington, o Coração Valente, a estrela daquele Furacão.

“O Levir foi muito importante para o Jadson. Quando jovem, ele era, digamos assim, um pouco “aéreo”. E o Levir o adotou, de certa forma. Colocou a responsabilidade de conduzir a equipe nas costas dele e deu certo”, conta o ex-artilheiro ao Hoje em Dia.

Levir conseguiu minimizar o sentimento de perda daquele troféu ao retornar o Galo para a Primeira Divisão, em 2006. Já Jadson foi tricampeão nacional pelo Shakhtar, da Ucrânia.

Mas essas conquistas não fizeram sumir do pensamento dos dois a frustração de 2004. A derrota para o Vasco, na penúltima rodada, decretou a saída da liderança, assumida pelo Santos. Curiosamente, assim como foi contra o Galo no primeiro turno deste ano, o meia estava suspenso em São Januário.

“Perdemos o título e eu fiquei uns três anos pensando nisso”, comentou Jadson, em entrevista à TV Globo, há poucos dias.

Já Levir Culpi lembra com saudades daquele time do Furacão. No entanto, torce para que o Corinthians repita os vacilos do rubro-negro paranaense e veja o título escapar.

“Se o Atlético conseguir o titulo, o Corinthians ficará com o mesmo sentimento do Atlético-PR de 2004”, afirma Washington.

Ajuda na artilharia

Washington está eternizado na história do futebol brasileiro como recordista de gols em um Brasileirão (34). Para tanto, Jadson teve um papel fundamental.

Levir gostava de trocar o batedor de pênalti se ele errasse a cobrança. Jadson era a primeira escolha, mas cedeu lugar para o “Coração Valente” após desperdiçar uma penalidade. Porém, o camisa 9 também se equivocou quando estava na disputa pela artilharia. Foi então que o aluno deu uma lição de solidariedade ao professor.

“O Levir ia voltar com o Jadson para ser o cobrador, mas ele disse para continuar comigo, afinal eu estava na disputa pela artilharia”, diz Washington.

Curiosamente, Jadson fez dois hat-tricks no Brasileirão de 2004. As vítimas? Justamente Corinthians e Atlético, em duas goleadas por 5 a 0.

 

 

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