Na luta pelo vice, Atlético-MG duela contra o Cruzeiro

Se não bastasse a eterna rivalidade entre Atlético Mineiro e Cruzeiro, os arquirrivais entram em campo neste domingo, às 17 horas, no estádio Independência, em Belo Horizonte, prometendo um confronto de fazer jus ao nome de "clássico". Ambos querem encerrar as participações no Campeonato Brasileiro impondo derrota ao adversário, mas com outros objetivos em vista. O time alvinegro quer a vitória para ter a esperança de terminar a competição como vice-campeão, o que garante passagem direta para a fase de grupos da Copa Libertadores de 2013. Enquanto que o Cruzeiro, depois de uma campanha totalmente irregular, quer o consolo de terminar ao menos com o gostinho de impor uma derrota ao maior inimigo.

Sem uma meta estratégica no caminho além de terminar o Brasileirão na sexta posição - que, segundo o técnico Celso Roth, "tem gente que não acha" uma boa colocação -, o Cruzeiro entra em campo mais tranquilo e o treinador nem teve a preocupação de esconder o time, como fez em diversas rodadas da temporada. Mas o treinador ressaltou que, apesar da diferença do futebol apresentado ao longo do ano, o Atlético tem que tomar cuidado com o que vai enfrentar em campo. "A campanha do Atlético é melhor que a nossa. Isso é um fato. Matematicamente, o Atlético seria favorito. Mas clássico é emotivo. Então, acho que não tem um favorito", avaliou.

E afirmou ainda que, após as três vitórias consecutivas nas últimas rodadas, quando já jogava praticamente para cumprir tabela, a equipe celeste está animada com a possibilidade de melar os planos alvinegros. "O que a gente precisa é segurar um pouquinho porque a ansiedade e a vontade são enormes. É controlar essa ansiedade para fazer o melhor", declarou, referindo-se ao elenco.

Se na Toca da Raposa o clima é de relativa tranquilidade, os atleticanos encaram o duelo quase como uma decisão de campeonato. Além da necessidade dos três pontos para sonhar com o vice - porque o time ainda depende de uma derrota ou empate do Grêmio, que tem um ponto a mais, no clássico contra o Internacional -, jogadores e torcedores alvinegros ainda têm entalada na garganta a goleada histórica que levou na última rodada do Brasileirão do ano passado, quando foi derrotado pelo arquirrival por 6 a 1, resultado que livrou o Cruzeiro do rebaixamento para a Série B.

Por isso, o técnico Cuca fechou os treinos e, apesar de manter a maior parte da equipe que se levou o time à atual posição, fez mistério em relação à única posição que não tem um dono certo. Segundo o treinador, Serginho, Guilherme e Escudero têm as mesmas possibilidades de iniciarem no meio de campo. Apesar de os três já terem sido criticados pela torcida ao longo da competição, Cuca afirmou que não será nem a competência de cada um que terá peso na decisão. "O torcedor quer ver a entrega do jogador, mais do que a própria qualidade. Quando ele vê isso, ele se sente representado", disse, salientando ainda que quem for escalado terá que entrar em campo com a responsabilidade de corresponder à essa expectativa.

Outra dúvida na equipe alvinegra é em relação a Leonardo Silva, que sentiu dores no tornozelo esquerdo e ainda passará por tratamento e avaliação antes da partida. Caso ele não possa jogar, a vaga deve ficar com Rafael Marques. E a ausência certa é a de Júnior César, expulso na vitória contra o Botafogo no último domingo. Richarlyson deve assumir a posição para compor a defesa atleticana.
http://www.estadao.com.br