NBB perde patrocínio estatal, mas confia em visibilidade

Eduardo Bresciani
09/11/2012 às 20:51.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:04

A cerimônia de lançamento da quinta edição do Novo Basquete Brasil (NBB) acabou ofuscada pela confirmação da perda do patrocínio da Eletrobras para o campeonato deste ano. Com o apoio reduzido, a Liga Nacional de Basquete aposta novamente na parceria com a TV Globo para tentar manter a atratividade do torneio e repetirá a decisão do NBB em jogo único. A competição começa em 23 de novembro, reunirá 18 equipes e terá final em 1º de junho de 2013.

O presidente da Liga, Kouros Monadjemi, reconheceu que o cancelamento da parceria com a estatal foi uma surpresa negativa. "Não estávamos esperando essa perda porque a parceria era importante para o basquete brasileiro", lamentou. A Eletrobras afirmou que não renovou o patrocínio devido "a contingenciamento orçamentário". A assessoria da estatal afirmou que todas as ações deste tipo estão sendo avaliadas. A Eletrobras é patrocinadora também da Confederação Brasileira de Basquete (CBB).

Treinador do Brasília, equipe tricampeã do NBB, José Carlos Vidal disse temer impactos no caixa dos clubes. "É uma perda importante. Apesar de a Liga ainda não subsidiar os clubes ou oferecer uma premiação, ela dá um apoio ao torneio pagando algumas despesas. Espero que essa situação se ajuste para que os clubes possam investir em estrutura e jogadores, não tendo de arcar com despesas como hotel e viagens".

Monadjemi afirma que a entidade está em busca de novos parceiros e espera apoio da Globo e do governo federal. Pretende ainda discutir com os associados uma solução para o problema. Na cerimônia desta sexta, apenas a Caixa foi apresentada como patrocinadora. O repasse feito pela Eletrobras, não revelado pela entidade, seria superior a R$ 12 milhões.

A frustração com o apoio retirado reforça a expectativa pelo aumento da exposição do torneio com as transmissões de jogos pela televisão. Ainda que reconheçam perdas no aspecto técnicos, jogadores e técnicos manifestaram apoio à manutenção da final em jogo único pelo objetivo de ampliar a visibilidade e trazer mais recursos para o esporte.

"Nós, jogadores, sempre preferimos os playoffs, mas faz parte do processo e desse momento em que precisamos melhorar cada vez mais as condições da liga", afirmou Marcelinho Machado, ala do Flamengo. "Todas as vezes que decidi em playoff teve um quinto jogo, então, era uma final única. Se a regra está definida desde o início, eu não vejo grande problema", opinou Lula Ferreira, treinador do Franca.

Finalista das quatro edições do NBB, o Brasília novamente começa a competição como a equipe a ser batida. "Brasília é a equipe favorita, mas o campeonato será equilibrado", prevê Murilo, pivô do São José, time paulista que é o atual vice-campeão.

O torneio terá pela primeira vez a participação de uma equipe do Nordeste, o Basquete Cearense, de Fortaleza. Para o próximo ano a novidade será a criação de uma segunda divisão. Por isso, os dois últimos entre os 18 clubes do NBB correm o risco de rebaixamento. Eles terão de enfrentar as duas melhores equipes da Copa Brasil de Basquete, organizada pela Confederação. Os vencedores ficam no NBB e os perdedores jogarão a liga de acesso, que poderá contar com cerca de oito equipes, segundo as expectativas da Liga.

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