Neymar projeta títulos no Barça, mas diz não valer 57 mi

Agencia Estado
03/06/2013 às 16:51.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:47

Neymar não se deixou empolgar pela grande festa da torcida do Barcelona nesta segunda-feira no Camp Nou. Diante da imprensa espanhola e mundial, o atacante brasileiro manteve a humildade ao afirmar que não valia os 57 milhões de euros (R$ 157 milhões) desembolsados pelo Barcelona, disse que não tinha preferência nem pelo número da camisa e nem pela posição no time. E destacou que não tem pretensões de ser o melhor do mundo.

"Nunca me preocupei em ser o melhor do mundo. O melhor do mundo está aqui, é o Messi. Eu sou um dos caras mais sortudos do mundo por poder jogar ao lado dele. É uma honra, uma felicidade muito grande", disse, ao reiterar a admiração pelo argentino, como já havia feito quando foi apresentado pelo clube no gramado, diante de 56 mil torcedores.

"Acho que é até mais fácil jogar ao lado do cara que é melhor do mundo. É só tocar a bola nele. Quero continuar a ajudá-lo a ser o melhor do mundo. Sempre disse que torcia pelo Messi, para ele continuar fazendo o que faz agora. Sou apaixonado pelo futebol, independentemente do time e da seleção. Quero ver ele fazendo mágicas com a bola", exaltou.

Ciente da expectativa que cerca seu nome, Neymar foi discreto nas respostas na entrevista coletiva que durou mais de uma hora. E se esquivou de qualquer polêmica. Questionado sobre uma antiga crítica a Cristiano Ronaldo, o brasileiro disse se espelhar no português. "Cristiano Ronaldo é um grande jogador, um dos melhores do mundo. Eu o respeito, é um dos ídolos no qual também me espelho."

Neymar também mostrou estar ciente de que no Barcelona cumprirá papel mais secundário, ao contrário do que acontecia no Santos. "Estou chegando para jogar com jogadores que são os melhores do mundo. Acho que vamos dividir a responsabilidade. Vamos nos entender em campo para sermos feliz e ganharmos todos os campeonatos possíveis."

Com esta postura modesta, Neymar disse não ter qualquer preferência para escolher o número de sua futura camisa. "Nunca me preocupei com o número da camisa. Ainda não escolhi, não sei qual vou usar. Nunca tive nenhuma preferência por um número específico", disse o atacante, que também minimizou sua futura posição em campo. "Eu não sou muito de escolher lado. Gosto de jogar, independentemente da posição. Gosto de estar ali para jogar. Até se for de goleiro", brincou.

O brasileiro também mostrou irreverência ao responder a um jornalista, que perguntava se ele valia o investimento de 57 milhões de euros. "Acho que não", disse, antes de ouvir risadas pela sala de imprensa. "Mas agradeço ao Barcelona por estar realizando um sonho de menino, que um dia decidiu ir em frente para se tornar igual aos seus ídolos."

Ansioso para concretizar o "sonho", Neymar já projetou sua adaptação ao estilo europeu. "Espero me adaptar o mais rápido possível para que eu possa jogar meu futebol tranquilamente. Sempre muda alguma coisa no estilo de jogo. A marcação é diferente. Mas tenho certeza de que vai dar tudo certo e vou poder dar alegrias já no começo [da passagem pelo clube]".

Para Neymar, jogar ao lado de outros craques, como Xavi e Iniesta, será de grande aprendizado para aplicar principalmente na seleção brasileira. "Jogar com grandes jogadores é uma oportunidade muito grande para aprender. Tenho certeza de que vou aprender muito e evoluir".

O brasileiro, contudo, admitiu ainda estar surpreso com a concretização das negociações entre Santos e Barcelona. "A ficha ainda não caiu totalmente porque é um sonho meu, da minha família. Mas ainda falta alguma coisa para a ficha cair totalmente", declarou.

A "ficha" só deve cair ao fim da Copa das Confederações, quando o atacante vai começar a morar em Barcelona para iniciar seu trabalho no clube catalão. Após a entrevista coletiva, ele vai embarcar ainda nesta segunda-feira de volta ao Brasil para retomar a preparação para o torneio.

Em solo nacional, Neymar ainda vai decidir como ficará sua vida pessoal. O novo reforço do Barcelona tem um filho, Davi Lucca, que vai completar dois anos em agosto. "Foi uma coisa que ainda não parei para pensar, para conversar. Saudade vai bater, claro. Mas acho que ter um filho longe não vai atrapalhar em nada. Ele vai vir para cá às vezes para ficar comigo."
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