A organização do próximo Super Bowl, a final da liga de futebol americano profissional dos Estados Unidos, que será disputado no Arizona, no dia 1º de fevereiro de 2015, está preocupada com uma lei anti-gay que ameaça a realização da partida no Estado.
A governadora de Arizona, Jan Brewer, tem até o próximo sábado para assinar ou vetar a Senate Bill 1062, uma lei que permite a donos de estabelecimentos do Estado aceitar ou negar atendimento a gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros com base nas crenças religiosas dos proprietários das empresas.
Por meio de uma nota enviada ao jornal "The Huffington Post", a comissão responsável pela organização do próximo Super Bowl se mostra totalmente contrária à lei, que vai contra os princípios da NFL.
"Não apoiamos essa legislação. Partilhamos valores fundamentais da NFL que abraçam a tolerância, diversidade, inclusão e proíbem a discriminação", diz a nota.
"Além disso, uma parte fundamental da missão do Comitê de Organização do Super Bowl no Arizona é o de promover o desenvolvimento econômico, e essa legislação é um golpe significativo para o Estado".
A controvérsia chega justamente dias depois que Michael Sam, astro do futebol americano universitário e cotado para ser uma das grandes estrelas profissionais do esporte na próxima temporada, declarou ser homossexual.
Ele pode se tornar assim o primeiro jogador assumidamente gay da liga profissional de futebol americano. Howard Bragman, representante de Sam, disse em entrevista ao jornal "USA Today" que a direção do campeonato está atenta ao caso.
"A NFL está colocando pressão na governadora [por trás das câmeras] para vetar a lei. É o que eu posso dizer. O comitê da organização [do Super Bowl] disse para vetar. O time Arizona Cardinals disse para vetar. E sei que a NFL está preocupada e assistindo isso bem de perto", afirmou Bragman.
"Se a governadora assinar a lei, a NFL estará sobre uma tremenda pressão em mudar o local da partida em muitos níveis", disse.
Greg Aiello, porta-voz da liga, não deu grandes explicações sobre o que pode acontecer caso a lei seja aprovada, mas também ressaltou que a Senate Bill 1062 não condiz com o pensamento da NFL.
"Nossas políticas enfatizam a tolerância, inclusão e a proibição da discriminação com base em idade, sexo, raça, religião, orientação sexual ou qualquer outra norma imprópria. Estamos acompanhando o caso no Arizona", afirmou.