Nos bastidores do clássico, Hoje em Dia mostra curiosidades escondidas nos vestiários do Mineirão

Alexandre Simões - Hoje em Dia
15/09/2015 às 08:13.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:45
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

As três velas já gastas, mas ainda acesas, num canto do vestiário atleticano, numa clara demonstração de fé e de pedido de proteção, contrastavam com a banheira de gelo, do lado cruzeirense.

Na sala da comissão técnica alvinegra, em cima de uma mesa, o crachá de credenciamento do treinador Levir Culpi tinha ao lado o papel distribuído pela assessoria de imprensa do Cruzeiro, mostrando que foi assim que ele ficou sabendo da escalação do rival, o que necessitou nova estratégia, já que Mano Menezes abriu mão de um homem de área para apostar no veloz Willian centralizado.

Depois de participar de uma partida tão intensa, seria um sonho relaxar em uma banheira de hidromassagem. Os jogadores dos dois lados tinham isso à disposição, mas não usaram.

Após o empate por 1 a 1 do último domingo, no Mineirão, o Hoje em Dia entrou nos vestiários do Gigante da Pampulha. E mostra o que o torcedor não está acostumado a ver, já que os ambientes são divulgados antes dos jogos, mas esquecidos logo depois.

Lanchonete

Chama a atenção o clima de lanchonete. No vestiário cruzeirense, a evidência de que o cardápio pós-clássico foi torta de frango. Os atleticanos se alimentaram com sanduíches, com direito a catchup e até garrafinhas caçulas de refrigerantes.

“Estudos mostram que, depois dos jogos, o consumo de carboidratos e proteínas surte um efeito muito positivo quando feito até duas horas após a atividade. Quando jogamos em casa, trabalhamos com essa reposição preferencialmente 30 minutos depois das partidas”, revela Flávia Almeida, nutricionista do Cruzeiro.

“No domingo, fizemos uma tortinha de frango assada com queijo branco. Mas preparamos também pão de batata assado recheado com frango, hamburger e sanduíche de pão de forma com atum. Como o vestiário não tem estrutura para esquentar os pratos nem é o local adequado para se usar talher, fazemos coisas que podem ser consumidas em temperatura ambiente”, conta a profissional cruzeirense.

Banheiras

Deixar de usufruir a hidromassagem quente é até permitido aos jogadores. Mas não passar pela banheira cheia de gelo é quase pecado. “Poucos atletas têm resistência a esse procedimento. A banheira de gelo provoca o resfriamento dos vasos periféricos e aumenta a circulação intramuscular , ajudando a remover substâncias que são produzidas durante o exercício. Além disso, durante o jogo, os atletas sofrem microlesões e inflamações. O gelo auxilia nessa recuperação”, explica o fisiologista do exercício Emerson Silami Garcia.

Segundo ele, esse tipo de recurso é usado por praticamente todos os atletas de alto rendimento do mundo. “Durante a partida, a temperatura corporal do atleta chega a 40 graus. E mesmo depois, o metabolismo segue elevado, por causa do calor. O gelo é como se fosse um aviso ao organismo para normalizar o metabolismo. É um passo importante na recuperação do pós-jogo”, afirma Silami.

Em tempos de maratona, com dois jogos por semana, o vestiário é o ponto de partida para o próximo confronto, num ambiente antes só conhecido pela turma da limpeza.

 

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