'Notáveis' prometem corte de funcionários na diretoria de futebol e até nas viagens de 2020

Guilherme Piu
@guilhermepiu
25/12/2019 às 16:06.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:05
 ( Vinnicius Silva/Cruzeiro)

( Vinnicius Silva/Cruzeiro)

Vinnicius Silva/Cruzeiro

O Núcleo Dirigente Transitório do Cruzeiro, formado por “conselheiros notáveis” e que assumiu a gestão no pior momento da Raposa em toda a história, já deu mostras de que a contenção de gastos será o grande foco para os próximos anos. A dívida total do clube, que atinge R$ 700 milhões, faz com que medidas emergenciais sejam tomadas, principalmente com a extinção de gastos considerados supérfluos. 

Essa necessidade latente de economizar “fará vítimas” no departamento de futebol. Quem garante isso é o novo executivo de futebol, Pedro Lourenço.

Atualmente, Marcelo Djian, Marcone Barbosa e Pedro Moreira dividem os principais cargos diretivos subordinados ao executivo de futebol. Djian é o diretor, Barbosa, o gerente, e Moreira, o supervisor. No entendimento de Pedro Lourenço, não há necessidade de todos esses profissionais para integrar o setor.

“Três diretores de futebol não teremos, será um só e o técnico”, garantiu Pedro Lourenço, ainda na primeira coletiva dele como o novo responsável pelo futebol do Cruzeiro.

Dança das cadeiras

Segundo apurou o Hoje em Dia, há a chance de Marcone Barbosa retomar o comando do departamento de marketing, pasta que ele dirigiu no clube por duas vezes: de dezembro de 2010 a julho de 2015, e entre agosto de 2016 e dezembro de 2017.

Como um 'tampão', Renê Salviano acabou incorporando o Marketing em suas funções demandado por superiores. Ele assumiu a posta para ajudar, após as recentes saídas de Bernardo Pontes e Leandro Freitas. Oficialmente, Renê Salviano é o diretor Comercial e de Novos Negócios. 

Renê Salviano sempre foi acionado para "apagar os incêndios" da diretoria de marketing. Nos dois momentos de ausências dos que anteriormente ocuparam a pasta (Bernardo e Leandro). Foi assim em 2018 e em 2019, no meio da maior crise da história do clube. 

Entre 2018 e 2019 Renê Salviano também esteve em cinco diretorias: Projetos Incentivados, Novos Negócios, Comercial, Marketing e diretoria de negócios internacionais. 

Como a chegada do novo conselho gestor é muito recente, ainda está sob sigilo a decisão sobre a permanência ou não de Salviano no clube. 

Limitação em viagens no ano que vem

Não é só na folha salarial que receberá cortes no Cruzeiro. Até os custos com viagens serão minimizados. Haverá contenção de despesas na formação da delegação para jogos fora de Belo Horizonte.  

“Viajar com vinte e tantos jogadores não é comigo. Você escala 11 jogadores, depois coloca mais três; não precisa viajar com três goleiros. Isso nós vamos conversar com o Adilson (Batista)”, reiterou Loureço, que já havia comentado sobre a redução de salários dos atletas.

“Nós vamos ter que conversar com todo mundo. A um time na Segunda Divisão não tem como pagar a um atleta R$ 500 mil, R$ 1 milhão. Vamos ter que conversar com eles e tentar ver o que é melhor. Se nós não temos caixa, como vamos pagar? Se mantivermos, não vamos ter dinheiro para pagar. Temos que conversar e encaixá-los em outros clubes, onde acharem melhor, dentro da legalidade contratual. Espero que eles entendam isso, são pessoas inteligentes, tem a vida feita no futebol. Meu compromisso é esse, de honestidade. Não vou passar a mão na cabeça de ninguém, só trabalho com pessoas honestas e direitas”, comentou.

Discurso unificado

O discurso de corte de gastos salariais no futebol profissional do Cruzeiro é compartilhado pelo vice-presidente do Núcleo Dirigente Transitório do clube, o empresário italiano Vittorio Medioli, designado como o CEO (Diretor Executivo) estrelado. 

"O Cruzeiro realmente não tem como bancar folha de Série A na Série B. Ainda mais com alguns contratos que significariam ampliar ainda mais as dívidas. Aumentar ainda mais os atrasos nos pagamentos. Portanto, tem que cair na realidade. Tem atletas que foram bons para o Cruzeiro, mas temos que conversar com eles. "Você quer ficar aqui para não receber?" Não tem como pagar salário na altura e no nível que estão recebendo", comentou o CEO em entrevista ao programa "Bastidores", da Rádio Itatiaia. 

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