(Editoria de Arte)
Clubes, empresários e investidores. Nenhum dos três está a par do novo Regulamento Nacional de Registro e Transferência de Atletas de Futebol, criado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que passará a valer em maio. Seguindo as normas da Fifa, a entidade maior do futebol brasileiro baniu a presença de investidores nas negociações de atletas, assim como a participação financeira de empresários no processo de transferência. Com a nova regra, assinada pelo presidente da CBF, José Maria Marín, a intenção acabar com o fatiamento dos direitos econômicos dos jogadores. A entidade também ressalta ser de “exclusiva atribuição dos clubes certificarem-se das condições regulamentares de jogo de seus atletas, dando-lhes a responsabilidade total por este controle”. Com isso, casos como o do meia Heverton, que atuou irregularmente pela Portuguesa, em 2013, não ficará mais nas mãos da CBF. Na ocasião, o clube paulista acabou perdendo quatro pontos e foi rebaixado para a Série B. No ano passado, surgiram questionamentos sobre a situação do meia Petros, que quase resultou na perda de vários pontos pelo Corinthians, no Brasileirão. Em Minas Gerais, o América acabou perdendo seis pontos por ter escalado irregularmente o lateral Eduardo. Pontos que custaram ao alviverde o acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro. Transição Por se tratar de uma alteração profunda das regras, o processo passará por uma fase de transição. Com isso, os contratos que foram assinados antes do regulamento entrar em vigor terão validade até o encerramento de seu prazo original. No entanto, estão proibidas quaisquer alterações para prorrogar ou alongar tais contratos. O diretor de futebol do Atlético, Eduardo Maluf, disse na semana passada que ainda não estava ciente sobre o conteúdo das novas regras. O mesmo disse o gerente de futebol do Cruzeiro, Valdir Barbosa. “Não sabemos ainda o que acontecerá. É uma decisão muito recente e que não é clara para os envolvidos”, diz o dirigente da Raposa. O ex-jogador Hélcio, que atualmente exerce a função de empresário de vários atletas, como o meia Dodô e o volante Serginho, ambos do Atlético, não quis falar sobre o assunto e limitou-se a dizer que continuará a ter a mesma parceria e boa relação que mantém com os clubes. Já Hissa Moysés, consultor de área esportiva do banco BMG, disse que este assunto está nas mãos do departamento jurídico da instituição bancária, que investe em vários jogadores pelo país. De acordo com ele, nem os advogados dominam ainda as novas regras.