(Warren Toda/ EFE)
Julio Almeida, do tiro esportivo, ganhou as manchetes no dia 17 de julho do ano passado como o primeiro brasileiro a se garantir na Olimpíada do Rio a partir dos resultados dos Jogos Pan-Americanos. Ainda que a informação tivesse sido passada inclusive pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), era alarme falso. Julio, entretanto, irá ao Rio-2016 mesmo assim.
A vaga foi assegurada no último domingo, quando Bruno Heck encerrou sua participação na etapa do Rio da Copa do Mundo de Tiro Esportivo. Os dois disputavam a última das nove vagas da seleção convocada pela Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE).
No ano passado, o alarme falso foi porque Julio ganhou o ouro na pistola de 50m em Toronto, uma prova que premiava o campeão com a vaga olímpica. Mas não notou-se que, na fase de classificação, ele não atingiu uma pontuação mínima pela Federação Internacional de Tiro Esportivo (ISSF, na sigla em inglês).
Julio ficaria fora do Rio-2016 não fosse o cancelamento de um convite destinado à pistola de ar 10m feminina, por falta de qualidade técnica. Raquel Silveira até tem o MQS (pontuação mínima de classificação, em inglês) na pistola de ar 10m, mas ela não poderia ser inscrita na outra prova feminina da disciplina, que é a pistola 25m. A CBTE pediu à ISSF e conseguiu trocar o convite por uma prova à sua escolha.
Aí a disputa ficou entre Julio Almeida, que disputa a pistola de ar 10m e a pistola 50m, e Bruno Heck, que compete nas três provas de carabina: de ar, deitado e três posições. No Pan de Toronto, Heck conseguiu um quarto e dois quintos lugares, mas ficou sem a vaga olímpica.
A Copa do Mundo serviu para comparar os resultados das duas provas de Julio com as três de Bruno. Apesar de os resultados de Julio não terem sido impressionantes (obteve um 26.º e um 30.º lugares), foram melhores do que o rival. Ele estará no Rio nas mesmas provas que Felipe Wu, atual líder do ranking mundial da pistola de ar 10m.
As demais vagas na equipe olímpica brasileira já haviam sido definidas. Cássio Rippel se classificou pelo Pan (numa prova para a qual o Brasil já tinha convite), enquanto os demais aproveitaram-se dos convites dado ao país-sede e venceram a corrida olímpica interna, que levou em conta os resultados de etapas de Copa do Mundo e do Mundial.
Um mesmo atleta pode participar de diversas provas, desde que tenha o MQS. Nas provas de tiro ao prato (fossa olímpica e skeet), entretanto, os atletas são especialistas e é raro um mesmo atirador com MQS para duas provas.
Confira a convocação do tiro brasileiro para a Olimpíada:
Cassio Rippel - carabina deitado 50m, carabina de ar 10m e carabina 3 posições
Daniela Carraro - skeet feminino
Emerson Duarte - pistola tiro rápido 25m
Felipe Wu - pistola de ar 10m e pistola 50m
Janice Teixeira - fossa olímpica
Julio Almeida - pistola de ar 10m e pistola 50m
Renato Portella - skeet
Roberto Schmits - fossa olímpica
Rosane Budag - carabina de ar e carabina 3 posições