Novo presidente se junta a Gilvan e inicia 'transição de governo'

O legado da família Perrella no Cruzeiro, iniciado em 1995, enfim será interrompido após 22 anos ininterruptos, considerando que o atual presidente Gilvan de Pinho Tavares foi eleito sob a batuta e apoio de Zezé Perrella, em 2012.  Agora, o candidato que concorreu justamente contra o “pupilo” do ex-mandatário celeste, nas eleições deste ano, foi o vencedor. 

Chegou a vez do empresário Wagner Pires de Sá, economista de formação e que venceu o advogado Sérgio Santos Rodrigues na disputa, assumir o posto máximo do clube em 2018.

Conselheiro do Cruzeiro desde 1992, Wagner terá a árdua tarefa de montar sua equipe de trabalho e escolher os nomes dos chefes de cada setor na Raposa.
Nomes da diretoria de Gilvan de Pinho Tavares agradam ao presidente eleito, mas tudo vai depender das alianças políticas já instituídas por Wagner.

O ex-presidente do Ipatinga, Itair Machado, foi um dos líderes na campanha eleitoral de Wagner e fará parte do grupo responsável por agilizar a “transição de governança” nos próximos meses. 

Montagem da diretoria

Atual vice-presidente de futebol, Bruno Vicintin já foi convidado a fazer parte da nova diretoria. No entanto, ele ainda não respondeu se fica ou se toma outros rumos a partir de 2018.

Apesar disso, o próprio Vicintin adotou um discurso de pacificação e união política no clube. 

“Infelizmente, o Cruzeiro esteve rachado neste ano, mas se, desta forma, ganhamos a quinta Copa do Brasil, imagina quando estivermos 100% unidos. Agora, é o momento de todos os cruzeirenses unirem forças para chegarmos longe”, comentou, em entrevista ao Hoje em Dia.

A presença de outros dirigentes como Klauss Câmara e Paulo César Tinga na nova diretoria também será assunto a ser tratado entre Gilvan e Wagner Pires, que ainda não quis adiantar nada da montagem de sua equipe de trabalho.

“Eu ganhei uma eleição, ainda não tomei posse efetivamente como presidente do Cruzeiro. Vou assentar com ele (Gilvan) para, se possível, traçar desde o inicio os nosso planos”, disse Wagner Pires, que também precisará definir a permanência de Mano Menezes.

Questionado após a vitória na eleição sobre o futuro do treinador, Wagner Pires foi enfático. “Eticamente, eu não posso responder por isso (renovação do contrato de Mano Menezes). Mas, logicamente, em time que está vencendo, não se mexe”, comentou. 

Torcida

As maiores dúvidas dos torcedores são justamente sobre quem assumirá os papéis de destaque na diretoria e acerca da permanência do treinador.

“Essa transição no futebol é muito diferente do que na política. Estávamos esperando o resultado da eleição para sentar com a nossa comissão técnica e acertar os detalhes”, disse Gilvan após a eleição.