O homem que conduziu César Cielo ao tricampeonato mundial nos 50m livre é menos de um ano mais velho que o brasileiro e foi seu companheiro de treino nos Estados Unidos. Para o jovem técnico Scott Goodrich, 27, trabalhar com alguém de sua idade é algo positivo.
"Isso nos ajuda a manter um ambiente favorável e a ter um pouco de diversão enquanto estamos treinando. Obviamente, precisamos passar muito tempo juntos e a amizade ajuda no trabalho, mas, antes de qualquer coisa, procuramos manter uma relação de nadador e técnico", afirmou Goodrich, discípulo do australiano Brett Hawke.
O tricampeonato mundial nos 50m livre e o bi nos 50m borboleta serviram como redenção para César Cielo após a decepção nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, mas talvez tenham sido ainda mais úteis para o ex-nadador que iniciou a carreira de técnico em 2009.
"Tive a sorte de achar um cara que comprou a ideia e chegou a mudar de país para a gente conquistar tudo que imaginamos. O que muita gente poderia ver como um retrocesso na minha carreira, ele viu como uma oportunidade e praticamente fez a carreira dele. No primeiro campeonato grande como técnico, saiu com dois ouros", disse Cielo.
Questionado sobre a visão do nadador, Goodrich assentiu. "Não machuca ter isso no seu currículo. Começar a trabalhar com ele e conseguir esses objetivos realmente ajuda. O Cielo tinha uma meta e pensei que poderia ajudá-lo a alcançá-la. Estou muito feliz", celebrou.
César Cielo encarou com desenvoltura o bombardeio de perguntas em sua primeira entrevista coletiva após o Mundial de Barcelona, mas ficou desconcertado quando indagado se está comprometido.
"Bom, é... Olha, estou namorando", disse Cielo, com dificuldade, sem revelar a identidade da garota. "É uma pessoa, uma mulher. Vamos deixar assim, porque já estou morrendo de vergonha", afirmou, com um sorriso amarelo.
Satisfeito na vida amorosa - sua namorada seria a modelo Kelly Gisch -, Cielo também se diz tranquilo financeiramente, já que tem contrato com a maioria dos patrocinadores até 2016. "Não preciso ter um avião em casa. Só quero viver bem", disse.
O final da longa parceria com o técnico Albertinho Silva é parte das mudanças significativas vividas por Cielo após a decepção nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, do qual saiu com o bronze nos 50m livre. Desde então, ele operou os dois joelhos, deixou o Flamengo e viu o PRO 2016 ser dissolvido.
"O lado profissional fala mais alto nessa hora. Vou nadar com certeza até 2016 e vislumbro continuar até 2018, 2019. Com mais cinco ou seis anos de carreira, precisei tomar uma decisão em cima dos resultados. Nesse quadro, optei por treinar com o Scott, um cara que estava com a motivação para buscar esses resultados. Hoje, vejo que foi a alternativa certa", disse o brasileiro.
Ainda em recuperação da cirurgia nos joelhos, Cielo simplesmente não conseguiu cumprir a primeira série de treinos proposta por Goodrich, em janeiro. Já habituado com o novo técnico, ele espera evoluir ainda mais com o trabalho de fortalecimento dos membros inferiores que vem fazendo, especialmente nos primeiros 25 metros das provas.