Objetivo da F-1 cumprido pela metade no GP da Austrália. Carros são rápidos, mas passar é difícil

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
27/03/2017 às 19:04.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:54

Uma só corrida é pouco para julgar o sucesso da revolução nas regras do Mundial de Fórmula 1 e dos novos carros, mas duas tendências já ficaram claras com as 57 voltas do GP da Austrália: as máquinas deste ano são efetivamente mais rápidas e difíceis de controlar, o que agradou bastante aos pilotos. Por outro lado, quem teve durante a prova a perspectiva de ultrapassar um rival constatou que não será tão simples quanto se pretendia. Mesmo com todas simulações e o trabalho dos engenheiros na tentativa de favorecer as manobras, a turbulência provocada por quem vai à frente praticamente impede a aproximação.

Não por acaso, as palavras mais animadas sobre o comportamento dos carros vieram de quem não teve de brigar por posições na pista. Quem tentou traçou um panorama não muito animador. "Foi complicado tentar andar próximo do piloto da frente. A dois segundos de distância já atrapalhava e acabava desgastando em excesso os pneus", comentou o holandês Max Verstappen, quinto com a Red Bull. O alemão Nico Hulkenberg, da Renault, viveu situação semelhante no duelo com Fernando Alonso (McLaren). Embora eu fosse mais constantemente mais rápido do que ele, não conseguia superá-lo". O vencedor Sebastian Vettel se valeu do menor consumo de pneus da Ferrari para, na estratégia, levar a melhor sobre o pole Lewis Hamilton, da Mercedes.

O desenho característico do traçado de rua do Albert Park pode ter interferido na sensação, já que não dispõe de longas retas – Xangai, próxima parada do circo, dia 9, conta com a maior reta da temporada (1.170m), o que pode atenuar o fenômeno.

Recordes
O Mundial deste ano começou mostrando que a quebra de recordes dará a tona ao longo das 21 etapas da competição. A pole de Hamilton foi um segundo e sete décimos mais baixa do que a volta mais rápida até então pelos 5.303 (de Vettel, em 2011). E como não houve neutralizações com o carro de segurança ou problemas climáticos, o tempo gasto pelo alemão para receber a bandeirada na frente (pouco mais de uma hora e 24 minutos) foi o mais baixo desde que Melbourne passou a receber a prova. O que não caiu foi a volta mais rápida em corrida (segue sendo o 1min24s125 de Michael Schumacher, em 2004, em boa parte porque as principais posições já estavam consolidadas bem antes das últimas voltas, quando os carros estão mais leves.

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