(Rio 2016)
A história da iraniana Zahra Nemati, de 31 anos, fez com que a Paralimpíada do Rio quebrasse o protocolo. Não é permitido o contato de atletas com fãs nas áreas de circulação dos competidores. Mas o apelo da pequena Zahra Oliveira, de 7 anos, mesmo nome da arqueira, foi maior. Ela e sua mãe, Raquel, levaram cartazes, camisas e conseguiram falar com a iraniana, que era faixa preta no tae-kwon-do até sofrer um acidente de carro quando tinha 19 anos.
A colisão provocou lesão na medula da atleta. Dois anos após o acidente, ela revelou talento para o tiro com arco. Seu desempenho foi tão bom que ela foi qualificada para participar da Olimpíada e da Paralimpíada do Rio-2016. Zahra foi eliminada na primeira fase da Olimpíada. Mas isso não desmotivou a vontade da pequena Zahra de torcer pela xará de outro país.
"Como aqui no Brasil ela nunca conheceu ninguém com o mesmo nome, quis acompanhar a Zahra do tiro com arco. Eu sempre falei para ela que Zahra era um nome de guerreira, valente, características necessárias para uma mulher. E, quando ficamos sabendo da história da iraniana, vimos que tinha tudo a ver", diz Raquel.
Zahra foi a primeira mulher do Irã a ganhar uma medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos. Foi em Londres-2012. Nesta quinta-feira, ela repetiu a dose no Rio com o bicampeonato ao vencer a chinesa Wu Chunyan na final.
A atleta, que caiu no gosto da torcida local, se emocionou com o carinho das brasileiras. Disse que foi um prazer conhecê-las e desenhou um arco na camisa da criança com um autógrafo. A Zahra atleta quebrou protocolos e chamou as duas, mãe e filha, para tirar fotos com ela, abraçadas. "Espero muito conversar mais com vocês", comentou a iraniana.
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