Palmeiras e WTorre vivem uma relação conturbada

Daniel Batista
10/03/2014 às 09:03.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:31
 (Allianz Parque)

(Allianz Parque)

"Enquanto Walter Torre e Paulo Nobre estiverem no poder, não teremos paz". A frase forte foi ouvida pela reportagem por diversas pessoas que trabalham na WTorre e no Palmeiras, citando os presidentes de ambos. É um sinal de como anda o relacionamento entre a empresa e o clube. A Allianz Parque tem 84% das obras concluídas e a previsão da construtora é entregar tudo pronto até o fim de junho - mas ninguém na diretoria palmeirense acredita neste prazo.

No clube, dão como certo que a arena só ficará pronta em janeiro de 2015. Os palmeirenses temem que, na ânsia de entregar dentro do prazo, a construtora deixe de cumprir com tudo que foi acertado. Dirigentes do Palmeiras reclamam que nunca foi apresentado um cronograma detalhado que explicasse porque uma obra que deveria ficar pronta em dois anos levará quase cinco para ser concluída. A WTorre culpa a burocracia da prefeitura e adversidades climáticas para o atraso.

Os dois lados não estão colaborando para que a harmonia impere. A briga pela responsabilidade da comercialização das cadeiras do estádio terá de ser definida pela Câmara Fundação Getúlio Vargas de Conciliação e Arbitragem, após muitas reuniões entre as duas partes que não chegaram a um acordo.

A tendência é que o derrotado na questão das cadeiras dificulte mais o trabalho do outro e vá tentar de alguma forma mudar o resultado. Não há previsão para decisão da Câmara de Arbitragem.

O Palmeiras proibiu seus jogadores de visitar a obra sem autorização. Existe na arena uma sala exclusiva para ser usada pelo clube e o engenheiro Paulo Ferro é o responsável palmeirense por acompanhar a obra, mas a construtora alega que ele não aparece por lá há um bom tempo.

A reportagem foi até a obra e, embora a sala destinada ao Palmeiras estivesse fechada, é possível ver pela janela que a sala do engenheiro parece estar bastante empoeirada, com troféus deixados no chão, ao lado de sacos pretos, aparentemente com roupas dentro. Na parede, o calendário marca maio de 2013.

Por meio da assessoria de imprensa, o Palmeiras disse que o gerenciamento da obra é de responsabilidade da WTorre, por isso não tem um representante do clube no local.

Segundo consta em contrato, a prioridade para utilização do estádio será em jogos do Palmeiras, mas no clube há quem desconfie disso. A WTorre admite que pode ter conflitos de datas de shows e, caso seja necessário, vai arcar com os custos de aluguel de outro estádio para o time jogar, mas tentará sempre priorizar o futebol.

O clube também alega que o espaço total dos prédios administrativo e de quadras diminuiu. A construtora confirma a redução, mas diz que apenas atendeu a uma nova legislação municipal. Consenso é que, do jeito que está, será difícil conviver por 30 anos - prazo do contrato entre WTorre e Palmeiras. Mas os envolvidos não pretendem fazer as pazes tão cedo.
http://www.estadao.com.br

© Copyright 2025Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por