Paulo André diz que 'apertar' calendário não resolve

Fábio Hecico
30/10/2013 às 12:39.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:46

O zagueiro Paulo André, um dos líderes do movimento Bom Senso FC, avisou nesta quarta-feira que os jogadores não ficaram satisfeitos com as decisões tomadas na reunião de segunda-feira com representantes dos clubes, da CBF e da TV Globo, que detém os direitos de transmissão dos principais campeonatos nacionais, para discutir mudanças no futebol brasileiro, mesmo com a definição de que não haverá jogos no País em janeiro de 2015.

Para ele, se o número de jogos não forem diminuídos, o calendário apenas ficará mais "apertado", o que não soluciona o problema do futebol nacional. "Para 2015, não estamos satisfeitos com a quantidades de jogos que terá. Tem dez meses e um limite de até 85 partidas, então dá até mais de oito jogos por mês", disse.

Paulo André destacou que no Brasil se disputam muito mais partidas, além das viagens serem bem mais longas, do que no futebol europeu. "Você não verá ninguém ganhar tudo, é impossível essa quantidade de jogos, 25% a 30% a mais do que na Europa. Aqui se viaja 34 mil quilômetros em média por ano e oito na Europa", afirmou.

O zagueiro corintiano também defendeu a redução da duração dos campeonatos estaduais e garantiu que isso não atrapalharia os clubes pequenos. "Além de viajar mais, vai jogar 30% a mais? Por que não se pode reduzir o estadual? Os pequenos não sobrevivem? Discordo. Eles só sobreviveram se tiver calendário o ano inteiro", comentou.

O líder do Bom Senso FC disse não temer que a decisão de não realizar partidas em janeiro de 2015 seja desconsiderada com a mudança no comando da CBF, que terá eleições presidenciais no próximo ano. "Teoricamente, a gente tem a posição da TV Globo de que não haverá futebol em janeiro. Essa posição deve ser acordada com o futuro presidente da CBF", disse Paulo André.

Na reunião da última segunda na CBF, ficou decidido que um novo calendário será adotado a partir de 2015, porque não existe margem para alterações no ano que vem, quando acontecerá a Copa do Mundo no Brasil. E há a promessa de que serão 30 dias para férias e outros 30 para a pré-temporada.

Responsável por levantar a discussão sobre o calendário, ao reclamar do excesso de jogos e da falta de pré-temporada adequada, o movimento Bom Senso FC, que reúne alguns dos principais jogadores do futebol brasileiro, aceitou que mudanças no calendário aconteçam apenas em 2015, por entender que não seria viável alterar as datas no ano que vem. Mas Paulo André indicou nesta quarta que os jogadores vão seguir com suas reivindicações por um calendário mais racional.
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