"Pequenos" colocam pé na estrada para disputar Mineiro

Alberto Ribeiro, Felipe Torres e Gláucio Castro - do Hoje em dia
14/01/2013 às 08:28.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:36
 (Tombense/Divulgação)

(Tombense/Divulgação)

O Nacional de Nova Serrana jogará em Patos de Minas. Mas a bola não deixará de rolar na Arena do Calçado, que receberá os compromissos do Guarani de Divinópolis. Araxá e Tombense correm o risco de se “hospedar” em Uberaba e Ipatinga, respectivamente. Isso sem contar o Boa, que fundado como Ituiutaba, transferiu-se definitivamente para Varginha.

O Campeonato Mineiro começa no próximo dia 2 de fevereiro já com uma grande confusão. Muitos torcedores do interior sequer sabem onde seus clubes do coração mandarão as partidas.

Problemas nos laudos de vistoria dos estádios e divergências políticas farão com que alguns participantes tenham que botar o pé na estrada e ir para bem longe de casa. O cenário compromete a tradicional relação das equipes com seus municípios. Além disso, deve resultar em menos fidelidade e apoio do público nas arquibancadas durante o Estadual.

Araxá

O Araxá vive o Dia D. Pois termina nesta segunda (14) o prazo dado pela Federação Mineira de Futebol (FMF) ao clube para a conclusão das melhorias no Estádio Municipal Fausto Alvim. Se as obras forem aprovadas, o Ganso poderá mandar os jogos em casa.

Além do apoio da torcida, permanecer na cidade vai gerar economia aos cofres do clube e menos desgaste para os atletas. Por isso, comissão técnica e torcedores estão ansiosos pela decisão da comissão da FMF, na visita ao o estádio.

Tombense

“O Tombense jogará o Campeonato Mineiro no Estádio Antônio Guimarães Almeida, o Almeidão. E o primeiro adversário já será o Atlético, no dia 6 de fevereiro”. Quem garante é o diretor de futebol do clube, Leandro Gaviolle. O dirigente afirma que o Corpo de Bombeiros realizou a inspeção no local, na última sexta-feira, e os laudos serão apresentados, nesta segunda (14), quando termina o prazo estipulado pela Federação Mineira de Futebol (FMF) para liberação dos estádios para a disputa do Campeonato Mineiro.

Assim, se os laudos forem aprovados, o time, que subiu nesta temporada ao Módulo I do Mineiro, não precisará mandar os duelos no Ipatingão, a 270 quilômetros de Tombos (Zona da Mata) como ainda consta na tabela oficial do campeonato.

Guarani

Ao pegar as malas e rumar ao Alto Paranaíba, o Nacional abriu uma brecha para que o Guarani também procurasse novos ares. O Bugre mandará seus compromissos em Nova Serrana nesta temporada, distante 45 quilômetros de Divinópolis.

A mudança, informa o presidente do clube, Edilson de Oliveira, foi necessária porque o Estádio Farião precisaria passar por uma intervenção, que demandaria tempo e investimento.

Sem o Nacional, a Prefeitura de Nova Serrana não queria que a Arena do Calçado ficasse sem embates no Módulo I. Assim, o acordo beneficiou ambas as partes.

Nacional

Entre os representantes do Centro-Oeste, as novidades surpreenderam os torcedores. Após uma briga política, o Nacional de Nova Serrana (ex-Fabriciano, do Vale do Aço) optou rodar 280 quilômetros e atuar em Patos de Minas, no Alto Paranaíba. O Búfalo utilizará a Arena Kickball, do Mamoré, como nova casa.

Apesar de ter apenas quatro anos, o Nacional virou um verdadeiro clube “cigano”. O time foi criado em Coronel Fabriciano pelo atual presidente, Amarildo Ribeiro. Contudo, há rumores de que o clube pertença a um grupo de empresários, que seria comandado pelo ex-presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, e pelo ex-prefeito de Nova Serrana Paulo César Freitas, amigo de Zezé.

Paulo César foi um dos idealizadores da construção da Arena do Calçado, que oficialmente tem o nome de Senador Zezé Perrella. O estádio custou cerca de R$ 3 milhões.

BRIGA POLÍTICA

Curiosamente, após a derrota nas eleições para o atual prefeito, Joel Martins, o Nacional optou por seguir para Patos de Minas. A mudança de cidade nunca foi esclarecida, de fato. Na avaliação de Amarildo Ribeiro, Joel Martins é o principal culpado pela saída do time de Nova Serrana.

“Nós tínhamos um apoio muito grande da prefeitura. Mas o antigo prefeito saiu e perdemos esse incentivo. O Joel não me procurou em nenhum momento e assim que ele venceu as eleições, resolvi sair da cidade”, revela Amarildo.
Joel Martins, no entanto, rebate as acusações e garante que nunca criou empecilho para manter o clube na cidade.

“Não tem nada disso. Isso é briga política. Eu nem conheço esse presidente do Nacional e, em nenhum momento, eles (do clube) me procuraram. Isso já era caso pensado. Se fosse procurado, poderíamos conversar. Mas os valores que eram gastos no time é algo totalmente absurdo. Isso é um fato que já me desgastou muito”, rebate o prefeito.

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