Pilotos mineiros dominam o pódio do Enduro da Independência

Émile Patrício - Do Hoje em Dia
08/09/2012 às 18:35.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:07
 (Gustavo Epifanio/VIPCOMM)

(Gustavo Epifanio/VIPCOMM)

O cenário que se via na Praça Melo Viana, no Centro de Sabará, na tarde deste sábado (8), era contagiante. Para cruzar a linha de chegada, como um modo de comemorar, os competidores roncavam as máquinas fazendo soar por quase toda a cidade histórica. As motos e os pilotos praticamente todos cobertos de muita lama e suor. Independentemente de quem subiu ao pódio, o sentimento entre os cerca de 400 participantes era unânime: um largo sorriso por ter completado a mais tradicional prova de motociclismo off road do país, o Enduro da Independência. 

E apesar dos 596 quilômetros percorridos em quatro dias de trilhas, montanhas e adversidade, o cansaço não os abateu. Muitos já conversavam entre si sobre a prova do ano que vem. Deixando claro aos observadores que ali presenciavam que mais que uma competição, o Enduro da Independência é uma grande reunião dos amantes das trilhas. 

Pai e filho, da cidade de Arcos, completaram o EI juntos pela primeira vez e Márcio José Ribeiro, 49 anos, se emocionou ao cruzar a linha de chegada. O filho, Márcio Júnior, tem 15 anos e foi o piloto mais novo a competir. “Não tem preço. Foi uma aventura maravilhosa poder navegar ao lado dele. E ele me surpreendeu, em muitos momentos até carregou a minha moto pra mim. Estou ficando velho e ele me ajudou demais”, disse Márcio que participa do EI desde 1996. 

O filho, com uma mini câmera grudada no capacete, filmou todo o trajeto que saiu de Belo Horizonte, na última quarta-feira e chegou em Sabará, ontem, passando também por Nova Lima e Mariana. “Cresci vendo meu pai fazer essa prova e desde pequeno já queria participar. Agora serei um dos competidores mais fiéis e quem sabe nos próximos posso até disputar o título”, disse Márcio Júnior que ficou admirado com as trilhas da Região Central do estado. “A paisagem é deslumbrante”.

O EI completou 30 anos de existência e a prova desse ano surpreendeu pelo nível de competitividade. Até a linha de chegada, o pódio ainda não dava para ser previsto. Seis pilotos estavam na briga pelo troféu. Para o organizador, Gustavo Jacob, do Trail Club de Minas Gerais (TCMG), o trajeto não foi o maior inimigo dos competidores. “O sol forte foi uma das maiores dificuldades dos pilotos. Muitos tiveram desidratação e foram atendidos no meio das trilhas mesmo”, concluiu Jacob. 

Pódio Mineiro

O pódio foi novidade. Rodrigo Amaral, 32 anos, de Lagoa da Prata, escreveu seu nome, pela primeira vez, na história da prova. “Esse ano o Enduro exigiu muito dos pilotos. Foi uma prova muito técnica e a competitividade foi de alto nível. Precisei de muita concentração na navegação, e preparo físico pra suportar a poeira e o sol. Além da força física que fez a diferença nos momentos com obstáculos”, contou Rodrigo que é, também, o atual campeão mineiro de Enduro de Regularidade. 

O vice campeão foi Jomar Grecco, de Pedra Azul, e Gianino Coscarelli, de Nova Lima, foi o terceiro colocado.

Mulheres

Entre as mulheres, Sabrina Katana se tornou a rainha do Enduro, alcançando o tetracampeonato do Independência. Outras cinco mulheres competiram na categoria. “Não sou mais uma menininha e senti o peso da idade. Minha maior dificuldade esse ano foi o cansaço físico. Os obstáculos e a navegação nem foram o pior, mas senti muito nos momentos que precisava descer pra empurrar a moto ou ter que tirá-la de alguma vala”, disse Sabrina mostrando as bolhas nas mãos, mas com o largo sorriso no rosto por ter defendido a hegemonia. Para ela, o troféu foi um presente de aniversário antecipado já que no próximo dia 7, ela completará 30 anos.

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