Pivô do escândalo da Fifa, empresário coloca time à venda para pagar dívida

FOLHAPRESS
09/09/2015 às 23:45.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:42

O empresário brasileiro José Hawilla, 71, um dos principais pivôs do escândalo de corrupção envolvendo a Fifa, colocou à venda o time de futebol Estoril, da primeira divisão portuguesa, para quitar 126 milhões de dólares (R$ 477 milhões) em dívida com autoridades norte-americanas.

Hawilla é um dos delatores dos casos de corrupção que envolveram a Fifa nos últimos anos e fez um acordo para pagar 151 milhões de dólares (R$ 571 milhões) por participação em um dos esquemas, que teve subornos a funcionários em troca de patrocínios e direitos de televisão.

O escândalo levou à prisão de vários executivos e forçou a entidade que comanda o futebol a prometer reformas. Até agora, 25 milhões de dólares (R$ 94 milhões) foram pagos por Hawilla ao Departamento de Justiça norte-americano. A venda do clube português ajudaria com o restante do dinheiro.

O Estoril, que pertence à empresa Traffic, de Hawilla, foi comprado pelo brasileiro há cinco anos. Durante décadas, o paulista foi um dos maiores empresários do esporte na América Latina.  O diretor da Traffic Jochen Loesch se recusou a revelar o preço de venda da equipe.

HAWILLA
O empresário Hawilla colabora com o FBI (polícia federal norte-americana) desde o final de 2013. A partir daí, ele passou a usar grampo em conversas com outros envolvidos em esquemas de pagamento de propina e lavagem de dinheiro ligados a contratos de futebol, incluindo o então presidente da CBF, José Maria Marin, preso na Suíça.

A reportagem apurou que a abordagem do FBI ocorreu logo após o próprio Hawilla ter sido gravado por outro envolvido. Em dezembro, ao final de cerca de um ano de colaboração, ele formalizou um acordo com a Justiça pelo qual se declara réu confesso e se
compromete a pagar a multa.

Hawilla é fundador e dono da Traffic, a maior empresa de marketing esportivo da América Latina. Seus negócios incluem também a TV TEM, afiliada da Rede Globo que transmite para 318 municípios do interior paulista.

Segundo reportagem do jornal "Miami Herald", em abril do ano passado, o empresário gravou até uma conversa com Aaron Davidson, presidente da Traffic USA, filial da sua empresa nos EUA. Davidson também foi indiciado.

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