(Stringer)
A polêmica escolha do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022 ganha mais um episódio controverso. Segundo o jornal The Telegraph publicou na noite desta segunda-feira (2), Michel Platini é um dos envolvidos no processo de compra de votos na Fifa. O ex-jogador francês e atual presidente da Uefa teria participado de reunião secreta com o catari Mohamed Bin Hammam, suspeito de ter subornado diversas autoridades para levar a 22ª edição do Mundial para o país árabe.
Ainda de acordo com o diário inglês, o encontro de Platini com Bin Hammam aconteu em 2010, pouco antes da votação para escolha das sedes das próximas duas Copas do Mundo. O encontro teria sido no Elysée Palace, residência oficial do presidente francês, e contado com a presença de Nicolas Sarkozy, que à época ocupava o cargo. A proximidade dos eventos aumenta as suspeitas sobre a participação do mandatário da Uefa.
Apesar dos votos serem secretos, Platini chegou a revelar que votou no Catar para sediar o torneio que será realizado daqui a oito anos.A acusação inclui pela primeira vez um dirigente europeu no escândalo de supostos subornos na entidade máxima do futebol. Até então, os envolvidos se limitavam à África e América Central. Com a polêmica, Austrália e Estados Unidos - que foram derrotados pelo Catar no pleito da Fifa - ganham força nos bastidores para tentar novamente sediar a Copa de 2022. A vitória da Rússia para realizar a edição anterior também está em xeque, pois a votação aconteceu no mesmo dia.
A Federação Catari de Futebol garante que Bin Hammam não esteve envolvido na votação da qual o país saiu vitorioso. Já a Uefa preferiu não se manifestar sobre a acusação a Michel Platini. Com o escândalo crescente, a Fifa já teria dado início à investigação interna para descobrir possíveis irregularidades.
Bin Hammam é o homem forte do futebol asiático - Cartola mais poderoso do futebol oriental, o catari é ex-membro do comitê executivo da Fifa e ex-presidente da Confederação Asiática de Futebol (AFC). Ele trabalhou na Federação Catari durante 24 anos até sair em 1996. Como presidente da AFC, Bin Hammam tomou várias decisões controversas, como a admissão da Austrália à confederação. Há quatro anos, ele teria tido papel crucial na eleição do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022 ao subornar diversas autoridades ligadas à Fifa.