O Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) do Rio Grande do Sul definiu nesta quinta-feira a perda de cinco mandos de campo e uma multa de R$ 30 mil ao Esportivo pelas injúrias raciais sofridas pelo árbitro Márcio Chagas da Silva no jogo contra o Veranópolis, em Bento Gonçalves, no último dia 5. O clube, que não perderá pontos nem será expulso do Campeonato Gaúcho, outras punições previstas no regulamento, ainda pode recorrer.
O julgamento teve duração de mais de quatro horas. O auditor-relator Paulo Abreu decidiu pela aplicação das penas máximas ao clube - exclusão do campeonato e multa. Paulo Nagelstein votou pelo pagamento de multa de R$ 20 mil e perda de mando de campo em 5 jogos. Álvaro Paganotto seguiu o voto do relator. O auditor-presidente Marcelo Castro votou na aplicação de multa de R$ 30 mil e perda do mando de campo de 5 jogos para o Esportivo.
Márcio Chagas da Silva sofreu injúrias racistas feitas por torcedores do Esportivo durante a partida contra o Veranópolis na semana passada. Além dos xingamentos antes, no intervalo e após o jogo do dia 5 de março, pelo Gauchão, o árbitro encontrou o seu carro amassado, arranhado e ornado com bananas sobre o capô e o teto, com um agravante: segundo a promotoria, o carro do árbitro estava em local de acesso restrito determinado pelo clube.
O árbitro Márcio Chagas foi liberado do julgamento em Porto Alegre para atender ao convite da presidente Dilma Rousseff que o convocou uma audiência para demonstrar solidariedade pessoalmente às vítimas de atos racistas - o volante Tinga, do Cruzeiro também compareceu. Também participaram os ministros Aldo Rebelo (Esporte), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e Luiza Bairros (Igualdade Racial).
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