(Arquivo Pessoal)
Uma boa proposta recebida e a certeza de disputar a Liga dos Campeões da Europa. Esta era a situação do lateral-esquerdo Edimar antes de dizer "sim" ao Cruzeiro. Em férias com a família no Espírito Santo, o jogador foi surpreendido da noite para o dia com o contato da diretoria do clube mineiro e acabou frustrando os planos do Apoel, do Chipre. Com passagens compradas, inclusive, ele já preparava a família para morar em Nicósia, maior cidade do país europeu. Seduzido pela oportunidade de retornar ao clube que o revelou, porém, logo mudou de idéia e seguiu para assinar o contrato em Belo Horizonte.
Apresentado na Toca da Raposa II no início da semana passada, Edimar imediatamente virou dono da posição e estreou nesta segunda-feira (11) com a camisa celeste. Pela primeira vez na equipe principal do Cruzeiro, o jogador entrou em campo com as filhas Sophia e Beatriz, de três anos, para encarar o Atlético-PR. Nas cadeiras do Mineirão, a esposa Naiara torcia pelo marido e curtia o novo momento da família. O assédio da imprensa e da torcida, inclusive, é novidade para ela e as meninas.
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Apesar da derrota por 3 a 0, o lateral-esquerdo ganhou elogios da mídia e agradou também os torcedores celestes. Em casa, porém, apesar de também ser elogiado, recebeu um leve puxão de orelhas da mulher.
"Eu falei para ele em casa: 'você foi bem, mas este ainda não é o seu melhor. Ainda não é o Edimar que eu via jogar nos estádios.' Sou a maior corneteira dele. Falo os pontos fortes e fracos. Às vezes ele não gosta, mas eu sempre falo (risos)", conta a esposa.
"Ele queria estrear com vitória, mas individualmente foi bom. Para um jogador que atuou muitos anos fora e com uma tática totalmente diferente, voltar para um primeiro jogo, com estádio lotado, eu acho que foi muito bem", acrescenta. Naiara, nascida em Juiz de Fora, conheceu Edimar em 2008, quando ele foi emprestado pelo Cruzeiro ao Tupi.
Ainda se adaptando a capital mineira e aos costumes brasileiros, a família se mudou para a nova casa no mesmo horário da decisão da Eurocopa, entre França e Portugal, no último domingo (10). Muito ligado aos lusos, o ex-lateral do Rio Ave e do Braga viu a vitória dos portugueses apenas em reprise. As gêmeas Sophia e Beatriz, que ainda falam o português europeu, viram o duelo ao lado do pai.
Assédio antigo
Voltar ao clube que o revelou foi o único motivo que fez Edimar não assinar com o Apoel. Sem planos anteriores de retornar ao Brasil, num passado recente ele disse "não" ao América e também ao Botafogo. Com a chance de brigar pela titularidade no Cruzeiro e reescrever sua história na Raposa, porém, resolveu mudar o destino da família e abrir mão da competição mais importante do Velho Continente.
Fluente em espanhol, inglês e italiano, o capixaba, de 30 anos, espera fazer história em Minas, onde permanecerá, no mínimo, nos dois próximos anos.Arquivo Pessoal
As gêmeas Sophia e Beatriz entraram em campo com o pai no duelo contra o Atlético-PR