Por segurança, togoleses se recusam a jogar na Líbia

AE-AP
12/06/2013 às 10:39.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:03

Os jogadores da seleção de Togo decidiram se recusar a jogar uma partida das Eliminatórias Africanas para a Copa do Mundo de 2014 na Líbia após ocorrerem várias mortes no país no último fim de semana em atos violentos. A partida, marcada para sexta-feira, havia sido transferida de Benghazi para a capital Trípoli pela Fifa.

O meio-campista Alexis Romao, do Olympique de Marselha, e o atacante Jonathan Ayite, do Brest, voltaram para a França alegando razões de segurança para que não viajem até a Líbia. Os jogadores togoleses defendem que a partida seja disputada em outro país.

No sábado, 31 pessoas foram mortas em confrontos contra milícias em Benghazi, onde a partida entre Líbia e Togo estava programada para ser jogada. Os confrontos mortais aconteceram apenas um dia depois de a Líbia empatar em 0 a 0 com o Congo nas Eliminatórias, na primeira partida oficial no país desde o levante que derrubou Muamar Kadafi. A Fifa concedeu permissão para a Líbia jogar novamente em casa em abril.

O futebol de Togo tem sido afetado por recentes tragédias. Em 2007, um acidente de helicóptero no Aeroporto Internacional de Lungi, em Serra Leoa, matou autoridades esportivas, incluindo o ministro dos Esportes do país. Já em 2010, antes do início da Copa Africana de Nações, o ônibus da seleção de Togo foi metralhado por um grupo separatista quando ia para Cabinda, em Angola, e duas pessoas da delegação morreram.

O jogo de Togo contra a Líbia é crucial para a definição do Grupo I das Eliminatórias Africanas. A Líbia lidera a chave com seis pontos e vantagem no saldo de gols para Camarões. A seleção togolesa é a lanterna da chave, dois pontos atrás. Os vencedores dos 10 grupos se classificam para um mata-mata, que definirá os cinco representantes da África na Copa do Mundo de 2014.

"Depois do que passamos em Lungi e Cabinda, onde alguns de nós morremos e outros se feriram, você deve compreender que estamos certos ao nos recusarmos a correr qualquer risco", disse Serge Akakpo, capitão da seleção de Togo. "Nós entendemos os jogadores", disse Yvette Klusseh, dirigente da Federação Togolesa de Futebol, revelando que a entidade pediu para a Fifa tirar o jogo da Líbia.
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