Possibilidade de sofrer um impeachment já assombra o presidente do Corinthians

Estadão Conteúdo
11/11/2016 às 09:09.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:37
 (Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians)

(Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians)

A goleada sofrida no jogo contra o São Paulo, no último sábado, ainda não foi digerida no Corinthians, mas o presidente Roberto de Andrade tem problemas maiores para administrar, além de escutar críticas pelo momento do time e por ter contratado o técnico Oswaldo de Oliveira. Atitudes consideradas suspeitas do dirigente fazem com que conselheiros comecem a arquitetar possível tentativa de impeachment contra ele.

A revista Época publicou recentemente duas matérias afirmando que Roberto de Andrade assinou atas de assembleias como presidente do clube, antes mesmo de vencer a eleição. O artigo 104 do estatuto do Corinthians diz que o impeachment pode ocorrer caso o mandatário tenha acarretado prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do clube.

Para que o processo tenha prosseguimento, é necessário que o presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Guilherme Strenger, encaminhe o pedido de abertura à comissão de ética, que, após ouvir o presidente, indica o que deve ser feito. Após esse ato, ainda é preciso que o conselho do clube aprove o afastamento.

Nos bastidores, muitos conselheiros cobram o presidente para que ele explique os fatos. Roberto de Andrade já divulgou dois comunicados sobre o assunto, mas prestará maiores esclarecimentos na próxima reunião do conselho, que deve acontecer em dezembro.

Além de possíveis irregularidades, algumas atitudes, que não causariam o impeachment, também têm desagradado os aliados e alguns ex-parceiros do dirigente. Uma delas é a forma pacífica com que tem lidado com a Odebrecht, construtora que ergueu o estádio Itaquerão.

A reclamação é que, em meio a tantas denúncias e suspeitas contra a construtora, seria necessário que o presidente demonstrasse maior pulso e cobrasse explicações. Entretanto, Roberto de Andrade tem adotado um tom mais político e acredita que pode manter um relacionamento mais amigável com a empresa. Além disso, ele aguarda a resolução de uma auditoria que está sendo feita na Arena Corinthians para saber os reais problemas do estádio e quem são os culpados.

Já a contratação de Oswaldo de Oliveira foi uma decisão exclusiva de Roberto de Andrade. Outros dirigentes não queriam o retorno do treinador e Eduardo Ferreira, que era diretor de futebol, pediu demissão por se sentir traído, pois o acerto com o treinador ocorreu sem seu conhecimento.

RUPTURA - O ex-presidente Andrés Sanchez também criticou a postura do dirigente e se afastou dele, tanto que já avisou que a chapa "Renovação e Transparência", vencedora das últimas eleições e que contava com Roberto de Andrade e Andrés, foi extinta.

Segundo pessoas próximas ao dirigente, Roberto de Andrade mudou de comportamento nos últimos meses, se tornando mais autoritário, e a chegada de Flávio Adauto como novo diretor de futebol tem como um dos pontos principais justamente a tentativa de fazer os grupos políticos se reaproximarem.
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