Presidente ‘boleirão’ assume nesta quinta a CBF no Rio

Gláucio Castro - Hoje em Dia
16/04/2015 às 07:46.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:40
 (Instagram)

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Namorador assumido, 74 anos de idade, dono de um imponente iate que ele mesmo faz questão de pilotar. Apaixonado por mulheres bem mais novas e donas de corpos esculturais, ele tem no currículo uma lista de beldades de dar inveja a muito jogador de futebol.    Dentro do estilo boleiro, o advogado paulista Marco Polo Del Nero assume nesta quinta (16) a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), um dos cargos mais cobiçados do país.   Num momento de profunda reformulação do futebol pentacampeão, principalmente após o fatídico 7 a 1 para a Alemanha, no Mineirão, o novo cartola, com salário em torno de R$ 200 mil mensais, tem a missão de recuperar o prestígio da camisa amarela.   Além disso, Del Nero precisa reorganizar o futebol nacional, que passa por profunda crise, com calendários desorganizados, críticas de atletas, torcedores e dirigentes e partidas com público decepcionantes.   Sem candidato à oposição e apoiado por Ricardo Teixeira, presidente acusado de corrupção que renunciou em 2012, e José Maria Marin, que assumiu a vaga, Del Nero foi eleito há exatamente um ano com 44 dos 47 votos.    A posse acontece apenas nesta quinta, mas muita gente ligada à entidade garante que o dirigente participa diretamente das decisões tomadas no interior do moderno edifício da Barra da Tijuca há bastante tempo.   Apesar dos vários anos de dedicação ao futebol, Del Nero, que começou como cartola do Palmeiras na década de 70, chama muito mais atenção em outras áreas.   É no comando do seu iate de 55 pés e três suítes que ele se torna um camisa 10. Uma das últimas namoradas, Carol Muniz, com quem rompeu em novembro passado, publicava em redes sociais fotos dos passeios românticos dos dois na embarcação de Del Nero.   Mesmo assumindo publicamente, sem constrangimento, que dará continuidade ao trabalho de Marin, dirigente flagrado colocando no bolso uma medalha da Copa São Paulo de Futebol Júnior 2012, Del Nero conta com o apoio do presidente do Atlético.    “Espero que ele saiba enfrentar esse momento difícil que o futebol brasileiro vem passando. Ele tem muita experiência e por isso acredito que vá fazer um grande trabalho”, disse ao Hoje em Dia, em entrevista por telefone, Daniel Nepomuceno.    Procurado pela reportagem, o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, já estava no Rio de Janeiro para a posse, e não foi localizado para falar sobre o novo gestor da CBF.

Direto ao ponto   Apertem os cintos: Playboy setentão no comando da CBF   Fosse Del Nero um dirigente com o perfil minimamente adequado para o momento de crise do nosso futebol, com bom senso, visionário, o discurso dele passaria por tópicos como ampla rediscussão sobre o esporte, a gestão dos clubes falidos, a Seleção, a formação de atletas etc. Entretanto, míope, mais do mesmo, ele traça como meta a conquista do ouro nos jogos olímpicos do Rio-2016 e do hexa na Copa de 2018, na Rússia. Vaidoso, preocupa-se antes de mais nada com o resultado, mas se esquece, ou não quer ver, que o futebol brasileiro vive uma fase decadente, bem como a Seleção dos 7 a 1 – e não queiram se iludir com a invencibilidade de oito jogos dela na nova era Dunga. Ricardo Teixeira, José Maria Marín, Del Nero. Mudam-se os nomes, apenas. Ou nem isso, já que Marín será o vice e, dizem, Teixeira ainda tem influência. A política, portanto, é a velha, a de sempre – conservadora, equivocada, clientelista. A diferença é que, agora, o manda-chuva é um bon vivant setentão que pilota iates acompanhado de beldades 50 anos mais novas – e do ramo mais antigo do planeta.   Marcelo Machado é editor de Esportes do Hoje em Dia    

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