Presidente defende FMF e diz que clubes sabiam do calendário

Henrique André - Hoje em Dia
13/04/2015 às 20:30.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:37
 (LUIZ COSTA)

(LUIZ COSTA)

O presidente da Federação Mineira de Futebol (FMF), Castellar Neto, acompanhou algumas declarações dadas por dirigentes de Atlético e Cruzeiro no decorrer do dia, e partiu em defesa da entidade.   Após o anúncio - em nota oficial - da marcação do segundo clássico da semifinal do Campeonato Mineiro para às 16h de domingo (19), o presidente do Cruzeiro esbravejou e não poupou críticas à Federação. Isto, porque o clube celeste gostaria de jogar no sábado, com o intuito de ter um descanso maior para o duelo na Libertadores contra o Universitario de Sucre, marcado para a próxima terça-feira (21).   Responsabilizado pelo cartola por ter alterado a data, supostamente prometida anteriormente em uma conversa ao telefone, Castellar se defendeu, em entrevista exclusiva ao Hoje em Dia.   "O que o presidente Gilvan está dizendo, com toda razão, é que houve uma sinalização da minha parte que estava trabalhando para que o jogo acontecesse no sábado. Liguei para o Marco Polo Del Nero diversas vezes. Liguei para a TV Globo várias vezes. Mas manda quem paga e obedece quem tem contrato", diz o mandatário da FMF.   Isentando a entidade de qualquer responsabilidade, Castellar deixou claro que as datas e horários dos jogos sempre estiveram nas mãos da emissora detentora dos direitos de transmissão. Algo que, inclusive, nunca foi segredo para os clubes.   "É só os clubes abrirem mão do contrato milionário com a Globo que nós teremos voz, de vez. Não podemos abrir mão de uma emissora que paga milhões aos clubes participantes. A emissora só quer ter o direito de transmitir a decisão, no dia e horário que for melhor para ela. Quem paga quer algo em troca", comenta Castellar. "Eles (clubes) têm a regra do contrato. A TV Globo que deve ser questionada por eles. Ano que vem haverá a renovação do contrato, inclusive", conclui.   Em nota, a emissora afirmou que "nas transmissões do Campeonato Mineiro de Futebol de 2015, a Globo Minas segue a tabela de datas divulgada com antecedência pela Federação Mineira de Futebol, e com concordância dos 12 clubes participantes".   Abaixo outras questões feitas pela reportagem de Hoje em Dia ao presidente da Federação Mineira de Futebol, Castellar Neto:   A Federação tinha o poder de decidir a hora e o local das partidas?   Quem me dera se eu tivesse o poder de decidir todas as coisas. Seria tudo mais fácil.   O senhor prometeu ao Cruzeiro que o clássico seria no sábado?   Iniciamos a intermediação junto à Globo Rio para que houvesse a possibilidade de transmitir o jogo do Cruzeiro no sábado. Via CBF, procuramos à Conmebol para mudar o jogo da Libertadores, contra o Universitario de Sucre, para o dia 22. Até hoje de manhã não recebemos nenhuma resposta em relação ao nosso pleito.   Por organização, por segurança e em respeito torcedor era uma questão que tinha que ser decidida. Então entrei em contato com a direção da Globo e ela estipulou que a partida da semifinal seria domingo às 16h. Tanto a nacional quanto a Globo Minas.   O prazo de 60 horas de descanso para os atletas não foi ferido?   O próprio regulamento geral diz que o prazo de 60 pode ser descumprido em situações excepcionais. Nosso calendário estava pronto desde novembro do ano passado. Lá em Fevereiro, quando saiu a tabela da Libertadores, os clubes poderiam ter procurado as entidades para alterações de datas. Agora, faltando uma semana para o jogo, a televisão já tem a grade pronta. A Globo fez a escolha mais rentável e, inclusive, paga muito bem pelo produto.   Daniel Nepomuceno, presidente do Atlético, disse que mandou um ofício à Federação, ainda no domingo (12), pedindo que a partida fosse no domingo. Procede?   Para falar a verdade, eu não recebi o pedido do Atlético. Há determinados pedidos que os clubes não podem fazer, e este é um deles. Esta decisão, assinada pelos próprios clubes, está nas mãos da Globo.   E sobre as declarações do presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho. O que o senhor tem a dizer?   Vi algumas declarações do presidente Gilvan dizendo que sou atleticano. Recebi com muita tristeza. Atendemos 100% de tudo o que o Cruzeiro pediu até hoje. Inclusive trazendo arbitragem de fora, quando nos mandam um ofício.    Gilvan disse que o senhor entrou em contato com ele para perguntar se a arbitragem seria mineira ou de fora no primeiro clássico. E que teria pedido que o clube enviasse um ofício, deixando claro o desejo que o árbitro viesse de fora.    Ele disse: Castellar, eu não tenho nada a reclamar da arbitragem, mas eu gostaria muito que o árbitro fosse de fora, para evitar problemas. Não pedi ofício. Não pauto decisão de presidente de clube.   O presidente do Cruzeiro disse que o diálogo com a Federação acabou. O que o senhor acha sobre esta declaração? Vai tomar alguma atitude?   O diálogo sempre vai existir. O Cruzeiro é um clube filiado e há uma série de questões que a Federação sempre age em defesa deles e vai continuar. Não muda nossa postura, mas infelizmente nem todos os interesses do Cruzeiro podem ser zelados pela Federação.   Quando atendo ao pedido do Cruzeiro para trazer árbitro de fora, sou presidente da Federação Mineira, quando atendo ao pedido da televisão, com quem eles têm contrato, sou atleticano". Como pode?

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