(TIZIANA FABI)
O presidente do Comitê Olímpico Espanhol, Alejandro Blanco, defendeu nesta quarta-feira (30) que Rafael Nadal seja o porta-bandeira da delegação do país nos Jogos do Rio, em parte para mostrar sua solidariedade ao tenista, que enfrenta novas acusações de doping.
Blanco não é o responsável pela decisão, mas um grupo formado por presidentes das federações. Porém, o dirigente defendeu a escolha por tudo que Nadal já fez pelo esporte espanhol. O ex-líder do ranking da ATP era para ser o porta-bandeira nos Jogos de Londres, em 2012, mas se machucou antes do evento e foi substituído pelo jogador de basquete Pau Gasol.
Durante um evento em Madri, Blanco disse que Nadal como porta-bandeira da Espanha seria importante após as recentes acusações de doping feitas pela ex-ministra francesa da Saúde e do Esporte, Roselyne Bachelot, que afirmou que os sete meses em que Nadal ficou afastado por doping em 2012 foi "provavelmente devido a um teste positivo de doping".
"O esporte espanhol lhe deve muito", disse Blanco. "Em Pequim, ele era o atleta que mais foi acompanhado pelos meios de comunicação internacionais e por outros atletas. Rafa Nadal levou o esporte espanhol para outro nível", acrescentou. "Eu acho que ele deve ser o porta-bandeira, especialmente depois de como ele foi tratado. Ele merece sentir que o esporte espanhol se preocupa com ele".
Dono de 14 títulos dos torneios do Grand Slam e medalhista de ouro na Olimpíada de 2008, Nadal é um dos maiores ídolos da Espanha nos últimos anos. Ele foi defendido pelo governo espanhol e por outros atletas do país após as acusações de Bachelot. "Nadal é uma referência", disse Blanco. "Ele foi escolhido como porta-bandeira para Londres, ele poderia ser de novo para o Rio".
Blanco também reconheceu que o esporte espanhol teve a sua imagem abalada por escândalos de doping e pediu para o governo adaptar a legislação às novas exigências da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), que no início do mês declarou que o país não está em conformidade com os seus regulamentos. "Cada país se adaptou ao novo código, não há nenhuma razão para que não possamos fazê-lo", disse.
O dirigente também disse que atletas espanhóis têm o direito de decidir não ir ao Rio por temerem pela saúde em razão do zika, mas não espera que o vírus afete a Olimpíada de modo significativo. "Os atletas vão saber de antemão como será a situação", concluiu.
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