(Guilherme Guimarães)
A imprensa argentina noticiou na última quinta-feira (28) que a diretoria do Boca Juniors apresentará recurso contra a decisão da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), que decidiu pela anulação dos efeitos do cartão vermelho recebido pelo zagueiro Dedé, e aplicado pelo árbitro paraguaio Éber Aquino, no primeiro jogo das quartas de final entre Cruzeiro e o time “Azul y Oro”, em Buenos Aires.
Contatado pelo Hoje em Dia, o presidente do Cruzeiro, que no dia seguinte à expulsão de Dedé se dirigiu pessoalmente à sede da Conmebol para lutar pela absolvição do jogador, se mostrou surpreso com essa possibilidade por parte do Boca Juniors.
“Seria um atentado contra o futebol. Vai contra os princípios da transparência no esporte”, opinou o presidente celeste em conversa com a reportagem do HD.
Na última quarta-feira, o Tribunal de Disciplina da Conmebol anunciou a anulação dos efeitos jurídicos da expulsão de Dedé. Em resumo, anulou a suspensão do zagueiro, que agora está liberado para entrar em campo no jogo de volta das quartas de final, na próxima quinta-feira (4), no Mineirão.
No entendimento dos dirigentes do Boca Juniors, a Conmebol não poderia ter anulado os efeitos jurídicos do cartão vermelho recebido por Dedé, já que o artigo 23 do regulamento disciplinar da entidade não aborda sobre a possibilidade de anulação de uma expulsão. “As decisões adotadas pelo árbitro em campo de jogo são finais e não são suscetíveis de revisão pelos órgãos judiciais da Conmebol”, diz o documento.
O árbitro paraguaio Éber Aquino expulsou Dedé aos 31 minutos do segundo tempo, quando a partida ainda estava 1 a 0 para o Boca Juniors, por um choque involuntário do zagueiro celeste com o goleiro Andrada, da equipe Xeneize. O fato de o camisa 1 argentino apresentar sangue na boca e o árbitro de vídeo mostrar o choque de cabeça do defensor estrelado com o adversário, levaram Aquino a expulsar o cruzeirense.
Como o Cruzeiro perdeu a primeira partida por 2 a 0, precisará pelo menos repetir o placar da ida, dessa vez a seu favor, para que o jogo seja decidido nas penalidades.
'Meteu a colher'
Na madrugada da última quinta-feira, o vice-presidente do Atlético, arquirrival do Cruzeiro, postou no Twitter a seguinte mensagem: “A decisão da Conmebol abre um precedente perigoso que pode ser utilizado para todos os lados. A apressada comemoração de hoje pode ser um tiro no escuro amanhã. Alterar lances em gabinetes já interpretados em campo abre um leque que pode envolver até alteração de resultados de jogos”, disse Lásaro Cândido.
O dirigente alvinegro foi respondido por vários atleticanos, que cobraram do vice-presidente atuação em relação ao clube preto e branco, que vive fase instável na temporada.