Pela segunda vez em oito meses no poder, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, é investigado pelo Comitê de Ética da entidade. Agora, o motivo é um empréstimo que ele aprovou quando ainda estava na Uefa para a Federação de Futebol da Eslovênia, em 2015. Com o dinheiro, a entidade nacional comprou ações em uma empresa de apostas, a Sportna Loterija.
A informação foi revelada nesta quarta-feira pela revista norueguesa Josimar.
O empréstimo foi de 4 milhões de euros e, desse total, 3,6 milhões de euros foram usados na compra das ações. A verba, porém, deveria ter sido usado exclusivamente para desenvolver o futebol no pequeno país europeu.
O envio dos recursos foi aprovado pelo então presidente da Uefa, Michel Platini, e seu secretário-geral, Gianni Infantino. Segundo a revista, o empréstimo viola ainda o artigo 25 do código de ética da Fifa, que estipula que pessoas trabalhando na entidade não podem ter associação com apostas, nem de forma indireta e nem com ações.
Do outro lado da mesa, quem recebeu o dinheiro da Uefa foi o presidente da Federação da Eslovênia, Aleksander Ceferin. Hoje, ele é o novo presidente da Uefa e aliado de Infantino.
Segundo a Uefa, o empréstimo não teve nada de anormal e todo o dinheiro foi aprovado. Para a entidade, a compra de ações na empresa de loteria "fazia sentido do ponto de vista da estratégia do futebol".
Allan Hansen, membro do Comitê Financeiro da Uefa, é de outra opinião e insiste que seria impensável que seu organismo emprestasse dinheiro para que uma entidade comprasse ações. Seu departamento foi, segundo ele, marginalizado do processo de decisão.
O Comitê de Ética da Fifa se recusa a dar qualquer informação sobre o caso e nem nega e nem confirma a existência da investigação. Um processo formal, porém, apenas será aberto quando todas as informações chegarem até a Fifa.
Por enquanto, segundo a revista, o que existe é uma investigação preliminar para estabelecer os fatos. A informação do empréstimo assinado por Infantino para o novo presidente da Uefa, porém, chamou a atenção dos inspetores.
Em agosto, a Fifa também concluiu uma apuração sobre o uso irregular de jatos de empresários russos por Infantino. Mas optou por não punir seu presidente.
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