Como os futebolistas gostam de ressaltar, o “mundo da bola dá mesmo muitas voltas”. Na longínqua temporada de 1985, o então jogador Cuca começava a carreira no meio-campo do Juventude. E todos os dias, em Caxias do Sul, escutava as cobranças de um certo preparador físico. Seu nome era Celso Roth. A parceria prosseguiu no Grêmio, de 1987, então comandando por Luiz Felipe Scolari.
Quase três décadas depois, eles se cruzam e são “vizinhos” em Belo Horizonte. Porém, duas paixões os separam e, amanhã, às 18h30, no Independência, pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro, isso ficará bem evidente. Cuca defenderá as cores do líder Atlético (42 pontos) no clássico que encerra o turno. Ele ainda não sentiu o gosto de bater o rival Cruzeiro e também continua firme na luta por um título de expressão – comemorou apenas dois estaduais de Minas Gerais e um do Rio.
Já Roth precisa reabilitar o Cruzeiro, oitavo colocado, com 27 pontos. Embora a diretoria celeste garanta sua permanência no cargo, uma derrota por placar elástico pode decretar sua queda. “Não é por causa de um resultado que a casa tem que cair, que mudaremos tudo de uma vez”, alivia o presidente do clube, Gilvan de Pinho Tavares.
Mas é evidente que o clima de “pressão” ronda a Toca da Raposa II, principalmente após a vexatória goleada sofrida para o Coritiba, por 4 a 0, no último domingo, no Paraná. A China Azul não vai engolir um novo fracasso, e diante do maior “inimigo”. Nesse caso, Roth corre o risco de “subir no telhado”.
Ousadia
Se as torcidas de Botafogo, Grêmio, Fluminense e Cruzeiro reclamam que Cuca não conseguiu concretizar seus trabalhos em taças, reconhecem a sua ousadia. No Atlético, a história se repete. O Galo vem encantando com tramas ofensivas envolventes. Não é à atoa que o alvinegro tem o melhor ataque da competição (31 gols). Só que a massa alvinegra reforça que já passou da hora de o comandante vencer o rival.
Cuca ainda não viu sua equipe bater o Cruzeiro. São duas derrotas: os humilhantes 6 a 1 do encerramento do Brasileiro de 2011 e um empate (2 a 2), no Estadual desta temporada. Isso lhe rende o péssimo aproveitamento de 29,2%. Além disso, chegar aos 45 pontos significaria se aproximar muito do cobiçado troféu do Nacional.
Durante seu trabalho na Raposa, o técnico também amargou um retrospecto desfavorável frente ao Galo: duas vitórias e três derrotas (33,3%).
Elogios
Duelo à parte, Cuca e Roth mantêm uma amizade forte fora das quatro linhas e não poupam elogios um ao outro. “Ele sempre monta boas equipes, competitivas e de pegada. Está tentando fazer isso no Cruzeiro e tem todo o gabarito. Desejo-lhe sorte, menos no clássico”, brinca o treinador alvinegro. “Cuca está há um ano no Atlético e vem realizando um bom trabalho. Conseguiu encaixar o time”, devolve Roth.
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