O clássico de hoje à noite não é o primeiro disputado no Mineirão valendo pela Copa América (será o sexto no total na história do Gigante da Pampulha). Há quase 44 anos, brasileiros e argentinos se enfrentaram pela fase de grupos da competição e, sem saber, começavam a escrever um novo capítulo de uma rivalidade até então dominada pelo lado albiceleste. Até aquele 6 de agosto de 1975, a vantagem era total dos hermanos, com 13 vitórias, três empates e apenas três derrotas.
E como era comum à época, a CBD (antecessora da CBF) optou pelo combinado de jogadores de um estado para representar o país na disputa – e justamente de Minas, unindo, sob o comando de Oswaldo Brandão, a base celeste que conquistaria a Libertadores no ano seguinte – Raul, Nelinho, Palhinha, Roberto Batata e Dirceu Lopes, com destaques alvinegros como Marcelo (Oliveira), Danival e Getúlio. De azul e branco, já sob o comando de César Menotti, nada menos que cinco jogadores que levantariam o troféu de campeões mundiais em 1978: Killer, Gallego, Ardiles, Luque e Mario Kempes.
E a Argentina balançou as redes primeiro, graças ao gol de Julio 'El Turco' Asad, aos 10 do primeiro tempo. A virada veio graças ao chute potente de Nelinho. O lateral empatou ainda na primeira etapa, com uma bomba de falta, e no começo da segunda etapa cobrou pênalti sem chance para Hugo Gatti. Na partida de volta, 10 dias depois, em Rosario, Danival marcou para o que seria a primeira vitória de uma das seleções na casa da rival.
Desde aquele confronto em Belo Horizonte, teve início um período de supremacia verde e amarela, com seis vitórias (e apenas duas dos argentinos) em 11 partidas. E dois dos empates levaram a decisão para os pênaltis, com festa verde e amarela – o de Lima (Peru), em 2004, com atuação inesquecível de Adriano 'Imperador', que valeu o título que parecia perdido.