(Robson Fernandjes)
A necessidade de levar o elenco da Seleção Brasileira a seu auge físico no período de preparação mais curto da história não será problema. Ao menos é isso o que espera a comissão técnica, que ganhou recentemente o reforço de Francisco Javier González, famoso por ter deixado Ronaldo em forma antes da conquista da Copa do Mundo de 2002.
Apesar de ter sido chamado por Carlos Alberto Parreira (atualmente coordenador técnico da equipe e com quem já trabalhou na Arábia Saudita) apenas em abril, a missão de González promete ser menos complicada da que teve naquela época, quando foi convidado nove meses antes do torneio para preparar, além de Ronaldo, também Rivaldo, dois dos principais jogadores do time e que sofriam com lesão.
No ano da Copa, Ronaldo não conseguia engatar uma sequência de partidas pela Inter de Milão antes do trabalho específico com o preparador físico. Rivaldo, com uma lesão no ligamento lateral do joelho esquerdo, desistiu da cirurgia que o departamento médico do Barcelona pedia e também se recuperou a tempo graças ao processo de fortalecimento muscular orientado por González. Juntos, os dois atacantes seriam essenciais no pentacampeonato.
"Ele é especialista em recuperação física", destaca o chefe do departamento médico brasileiro, José Luiz Runco, que foi quem pediu ajuda de seu trabalho pela primeira vez.Agora como funcionário da Confederação Brasileira de Futebol, González atuará em parceria com outros dois profissionais, Paulo Paixão e Anselmo Sbragia. A tendência é que ele se dedique especialmente aos jogadores que dependem de um "retoque", como classificou Runco, nesta quarta-feira, dia em que o lateral esquerdo Maxwell e os zagueiros David Luiz e Thiago Silva foram preservados de uma sessão de treinos.
"É importante dizer que os atletas que não estiverem em campo junto dos demais é porque estarão fazendo algum trabalho específico", havia alertado Paixão, pela manhã. Ainda segundo Paixão, veterano de Seleção e com experiência em outras Copas, os 23 jogadores convocados por Felipão estarão no patamar físico mais alto somente em uma eventual final. "Todos estarão em condições de estrear (em 12 de junho, contra a Croácia, em Itaquera), mas vão atingindo seu nível máximo de condição física a partir do terceiro jogo".
Nem David Luiz nem Thiago Silva, e muito menos o reserva Maxwell, sofrem com lesões ou são candidatos a brilhar ofensivamente como fizeram Ronaldo e Rivaldo, 12 anos atrás. Mas, para um grupo com diferentes graus de condicionamento, ter só um preparador físico é pouco, sendo que o terceiro contratado, na opinião de Parreira e Runco, é demais.