(Lucas Prates)
Em 2008, Edgard Lincoln Diniz Ribeiro Júnior, 42 anos, perdeu o pai e o irmão em um acidente de carro próximo a Sete Lagoas. Anos mais tarde, ele precisou passar por um período de adaptação ao deixar o emprego para cuidar dos filhos em casa, enquanto a esposa Elaine trabalhava. Entre outras situações adversas, teve depressão e precisou fazer tratamento com psiquiatra.
A difícil situação começou a mudar há dois anos, quando retomou ao kung fu, modalidade de arte marcial que praticou na adolescência e transformou sua vida. Incentivado pela filha Giovanna, 12 anos, que se interessou pelo esporte, ele agora colhe os frutos da atividade.“Estava passando uma fase ruim. Essa volta no kung fu me reanimou”, conta Edgard, que atualmente concilia o cuidado dos filhos e da casa com o trabalho com prótese odontológica, realizado também no ambiente familiar.
“Não tinha como contratar uma empregada e foi complicado no início, pois não era acostumado com esse tipo de situação. Trocamos (ele e a esposa) de papel em casa”, conta o protético. “Foi a gota d’água. Quando estoura é de uma vez”, explica Edgard, cuja mãe faleceu quando tinha apenas 10 anos.
Segundo ele, o kung fu teve peso relevante no tratamento da depressão, contribuindo com a e eliminação do uso de medicamentos e melhora da autoestima e da saúde como um todo. A prática esportiva também o ajudou a parar de fumar e a colocar a forma física em dia.
“São tantos os benefícios que eu teria de fazer uma lista. Não saberia dizer qual é o melhor”, comenta, bem-humorado. Outro benefício para a vida do protético, que também é pai de Luca, 10 anos, foi a possibilidade de estreitar ainda mais a amizade com a filha e o grupo do Instituto Mineiro de Artes Marciais Templo Korashi, onde treina duas vezes por semana, que se tornou sua grande família.
“Se não fosse a Giovana não teria dado continuidade ao kung fu. O fato de treinarmos juntos é fundamental e nos tornou ainda mais amigos. Além disso, o pessoal da academia, com turmas de todas as idades, é muito legal. Temos até um grupo no WhatsApp, um mandando força para o outro.”
A força de vontade é agora uma marca de Edgard. Faixa verde no kung fu, ele mira a preta. “Minha cabeça está boa e vida controlada. Volto do treino tranquilo, feliz e relaxado. Não tem remédio melhor”, conta.
- “Se não fosse a Giovana (filha) não teria dado continuidade ao kung fu. O fato de treinarmos juntos é fundamental” - Edgar Lincon.