(Reprodução/Instagram )
Nome certo na lista que o técnico Tite apresenta nesta segunda-feira (12) para os últimos amistosos da seleção e quase garantido como o camisa 1 do Brasil na Copa, o goleiro Alisson nem sempre foi unanimidade. Ele penou na reserva da Roma na temporada 2016/2017. Hoje, deu a volta por cima. Segundo o Daily Mail, o Liverpool pode tirar 62 milhões de libras (R$ 279 milhões) da carteira para contratá-lo. Aos 25 anos, ele seria o goleiro mais caro da história. Sem rodeios ao Estado, ele diz que faz grande temporada, ainda não se sente na Copa e que não falou com Neymar, submetido à cirurgia no pé.
Um ano atrás, você era reserva na Roma. Hoje, é titular na seleção. O que aconteceu?
Do ponto de vista individual, estou fazendo uma grande temporada e venho tendo boas atuações pela minha equipe e pela seleção. Fiz muitos jogos na temporada passada pela seleção quando estava no banco aqui na Roma. Foi o momento mais delicado na carreira. Mas trabalhei muito forte e chegou a minha oportunidade nesta temporada e venho aproveitando da melhor maneira.
Como ser reserva no clube e camisa 1 da seleção?
Não é fácil. Eu vinha do Internacional onde jogava 50 jogos na temporada. Você espera chegar e jogar, mas acaba ficando mais no banco. Jogando ou não, eu sempre trabalhei forte. Eu sabia que eu teria uma oportunidade. Demorou um pouco mais do que eu imaginava, mas assumi a titularidade. Agradeço a confiança do Tite e do Taffarel que, me mantiveram no gol da seleção mesmo sem ritmo. Eles deram continuidade ao trabalho que tinha começado com o Dunga.
Você sentia que as pessoas desconfiavam de você?
Sempre tinha certa alguma desconfiança de algum comentarista ou de algum torcedor, mas entendo isso. O futebol brasileiro está sempre em alto nível. Por isso, a cobrança é normal. O Tite sempre disse que nós precisando estar bem dentro da nossa equipe, no nosso dia a dia. Existia uma cobrança, mas não deixei de fazer o meu melhor. Acho que consegui tirar a desconfiança sobre o meu trabalho. Isso não me afetou de maneira negativa e me deu força para trabalhar.
Como se sente diante do interesse de outros clubes? Você pode virar o goleiro mais caro do mundo...
Eu me sinto satisfeito pelo trabalho reconhecido, mas o mais importante é ter o carinho da torcida da Roma, do Brasil e dos meus treinadores.
Você já se sente na Copa?
A gente trabalha para isso, pensando na Copa. Não existe nenhum nome garantido. Vai depender do meu desempenho no meu clube e na seleção. Ninguém tem cadeira cativa. Vou continuar trabalhando para ser lembrado pelo Tite.
Mesmo sendo titular, está ansioso para a convocação?
A gente cria cada vez mais expectativa porque está chegando o momento da Copa. Eu sempre fico ansioso esperando para ver se o meu nome será chamado. Talvez a expectativa seja maior do que na primeira vez. Eu me sinto inserido no grupo e, por isso, a gente quer voltar. A expectativa é grande.
Como é o seu relacionamento com o Taffarel (preparador de goleiros da seleção)?
Muito bom. A gente acabou criando um vínculo, uma amizade por conviver tanto. Eu fiz a maioria dos meus amigos no futebol e ele é mais uma pessoa que eu tenho muito carinho, além de ser um ídolo. Eu o via como ídolo, hoje ele é o professor ali dentro e o amigo fora. Ele procura ajudar todos os goleiros, com conselhos não só dentro de campo.
Vocês conversam sempre?
Sim. A gente mantém contato com a toda a comissão técnica. É normal ter maior afinidade com o treinador de goleiros. É uma relação de confiança mútua. A convivência te dá isso. Fora das convocações, a gente não se vê muito, mas tem celular e nos falamos bastante.
Você falou com o Neymar antes ou depois da cirurgia?
Acabei não falando com ele, mas ele faz falta quando se ausenta. Espero que ele se recupere da melhor maneira possível. O momento de lesão pode fortalecer a gente ainda mais.
Como você se define?
Se tem uma palavra que me define é simplicidade. Procuro simplificar minhas ações e minhas defesas. Eu procuro fazer o básico para chegar nos resultados positivos. Quando tem de se jogar, eu me jogo. Quando tem de pular, eu pulo. Mas gosto de fazer o simples.
Qual é o seu sonho?
Essa é fácil. Ser campeão do mundo com a seleção.
E o seu principal medo?
Medo de errar, talvez. Medo de se omitir, de não tentar. Eu procuro sempre tentar e arriscar para conseguir o melhor.