Punição a brigões nos estádios de futebol fica apenas no discurso

Rodrigo Rodrigues - Hoje em Dia
10/12/2013 às 09:08.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:41
 (Abr)

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O clamor da sociedade se torna mais forte a cada fim de semana sangrento dentro e fora dos estádios brasileiros. No entanto, a impunidade presente em cada round dessa briga que parece não ter fim indica que o problema está longe de uma solução definitiva.

No domingo, torcedores de Atlético-PR e Vasco tentaram se matar na Arena Joinville. Por sorte, ninguém foi a óbito, mas Willian Batista da Silva, de 19 anos, segue internado, com traumatismo craniano.

Um dia antes, o Ministério do Esporte realizou o 1º Seminário Sul-Sudeste de Torcidas Organizadas, em São Paulo. O evento foi conduzido pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e pelo secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Toninho Nascimento, e contou com a participação de cerca de 40 representantes de torcidas organizadas.

Os torcedores presentes assinaram um “Manifesto pela paz”, quando se comprometeram, especialmente, em atuar no combate à violência nos estádios. Durante os debates, Rebelo condenou os atos violentos, mas defendeu a existência das organizadas.

“Por que proibir a torcida? Se há uma briga, o melhor seria encontrar quem brigou, o responsável pela agressão. Responsabilidade coletiva é uma coisa que só vi no nazismo”, discursou.

Ontem, Rebelo anunciou que vai se reunir com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, instituições relacionadas à segurança e à Justiça para discutir a aplicação do Estatuto do Torcedor no caso de violência em jogos de futebol. O encontro está marcado para quinta-feira, às 11h.

Desinformado

Apesar de demonstrar interesse em resolver a questão, o ministro evidenciou o próprio desconhecimento ao defender a criação de uma delegacia e juizados especiais para tratar do assunto. Em várias regiões, incluindo Minas, esse serviço já existe em estádios como Mineirão e Independência.

“Quem sabe a existência de uma delegacia especial para o caso de violência nos estádios, a existência de um juizado especial, que julgue e dê a sentença na hora para que aquele que pratique ato violento já saia do estádio preso?”, sugere. 

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