PVC minimiza importância da unificaçãoe vê crise de identidade após a decisão de Ricardo Teixeira

Gláucio Castro e Alexandre Simões - Hoje em Dia
21/12/2015 às 07:59.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:24
 (Arquivo Hoje em Dia)

(Arquivo Hoje em Dia)

Para o jornalista Paulo Vinícius Coelho, o PVC, comentarista dos canais Fox Sports, colunista do jornal “Folha de São Paulo” e um dos maiores conhecedores da história do futebol brasileiro, a unificação dos títulos, promovida por Ricardo Teixeira em 2010, foi um gesto desnecessário, que não aumentou a importância das competições nacionais disputadas antes de 1971.

“Eu sempre fui contra a unificação dos títulos porque não se trata de uma unificação. Eles sempre foram reconhecidos como títulos. Foi tomada uma decisão sem ouvir a opinião pública. Foi baseada na decisão particular de uma pessoa. Os títulos do Robertão e da Taça Brasil sempre foram reconhecidos e tiveram sua importância. O que houve foi apenas a mudança de nome para campeão brasileiro”, garante o jornalista.

Para PVC, a situação criou foi uma certa confusão e pode colaborar para se perder parte da história do futebol brasileiro. “Hoje, o que me incomoda não é a unificação em si. É a crise de identidade que se criou em cima disso. Você está apagando parte da nossa história, apenas em função de uns números para falar que esse ou aquele foi campeão mais vezes do que seu adversário. Nunca se negou a importância dos títulos anteriores”, analisa Paulo Vinícius Coelho.

A decisão de Ricardo Teixeira aconteceu pouco mais de um ano antes dele renunciar à presidência da CBF, pois já era alvo de várias denúncias de corrupção e estava perdendo poder, já que a presidente Dilma Rousseff tinha vencido a eleição presidencial e ele sabia que não teria boa relação com o Planalto.

A decisão de assinar a unificação dos títulos brasileiros, para ele, que nunca foi um amante declarado de futebol, teve um caráter muito mais político que técnico, pois com isso ele ganhava forças com dirigentes de estados de grande representatividade, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Se teve o apoio de cartolas gratos por pouco tempo, já que renunciou à presidência da CBF em 12 de março de 2012, ele perdeu para sempre o respeito de gente como Dario, símbolo do título brasileiro do Atlético em 1971.

“Eu não concordo com o que houve, mas sou muito pequeno para brigar. Se eles fizeram isso, é problema deles. Mesmo se tivesse condições para brigar, não brigaria, pois isso está beneficiando alguém. O justo é o Atlético ser o primeiro campeão brasileiro”, desabafa Dario.

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