(André Brant/Arquivo Hoje em Dia)
André Brant/Arquivo Hoje em Dia
A situação financeira do Cruzeiro tomou um rumo caótico e o novo presidente da Raposa, o advogado Sérgio Santos Rodrigues, precisará economizar cada centavo durante sua gestão. A falta de dinheiro é tão problemática que o departamento jurídico do clube precisou pedir na Justiça para, pelo menos, ter uma dívida de R$ R$ 5.374,40 dividida em 20 vezes. Isso, caso não tenha o primeiro pedido atendido: Não pagar esse valor, que diz respeito a custas processuais de uma ação movida contra o clube pelo empresário Giuliano Bertolucci, que em 2016 negociou o lateral-esquerdo Bryan com o time celeste.
Caso não consigam ser liberado das custas os advogados do Cruzeiro pediram, além do parcelamento - que geraria um custo mensal de R$ 268,72 (sem incidência de juros) -, para que os pagamentos só comecem em outubro de 2020.
A petição do Cruzeiro enviada à 24ª Vara Cível de Belo Horizonte ainda revela dívida de quase três meses de salários aos jogadores do atual elenco, um mês para funcionários administrativos e débitos até com colaboradores que tiveram os contratos suspensos de acordo com a Medida Provisória 936/20, do Governo Federal, que que autoriza a redução das jornadas de trabalho e reduções salariais durante a pandemia do coronavírus.
Até os seis pontos perdidos por dívidas na Fifa foram justificativas usadas pelos advogados cruzeirenses. Reprodução
"Atualmente o Embargante está inadimplente com o pagamento de salário dos jogadores (2 meses completos, próximo a 3 meses) e 1 mês de salário dos funcionários do administrativo (incluindo neste rol funcionários de serviços gerais; porteiros; auxiliares administrativos, gerentes; diretores e inclusive parte dos valores devidos a mais de 250 funcionários suspensos). Infelizmente no dia 18/05/2020 o Embargante acabou perdendo 6 pontos do Campeonato Brasileiro da Série B que sequer iniciou, por força de uma dívida da FIFA não quitada", diz parte da petição do Cruzeiro.
E os advogados pedem mais: "Caso assim Vossa Excelência não entenda, requer que ao menos seja concedido ao Embargante o direito de quitar o valor em 20 parcelas iguais e sucessivas, iniciando o pagamento em outubro do corrente ano, momento em que o Embargante acredita que as atividades inerentes ao futebol voltarão", solicitação também feita pelo clube.
Processo
A ação movida por Bertolucci, um dos agentes mais influentes no mundo da bola no Brasil, tem como peça central o lateral-esquerdo Bryan, contratado em 2016. O Cruzeiro, como noticiou o Hoje em Dia em dezembro de 2018, não pagou R$ 1,2 milhão acordados na compra de 45% dos direitos do jogador. O pagamento seria feito em dez vezes de R$ 120 mil, mas apenas duas parcelas foram quitadas. Por isso o negócio foi parar na Justiça.
Por causa dessa pendência o empresário Giuliano Bertolucci tentou por algumas vezes bloquear valores diretos nas contas do Cruzeiro, como parte do prêmio da conquista da Copa do Brasil de 2018, e da venda do uruguaio De Arrascaeta no começo de 2019. O meia foi vendido para o Flamengo por 15 milhões de euros (R$ aproximadamente R$ 63 milhões na cotação da época).