Quem quer comprar um edredon ou TV da Olimpíada? (Tóquio-2020)

Passados o glamour e o privilégio de receber os melhores atletas do planeta na primeira edição dos Jogos Olímpicos em solo sul-americano, é hora de tentar recuperar os investimentos, quitar dívidas e se ver livre de equipamentos necessários para o período de disputas, mas que se tornam redundantes com as instalações fechadas. O Comitê Organizador Rio-2016 chegou a manter aberto até o período da Black Friday (este ano 30 de novembro) um site com leilões virtuais de materiais autografados ou memorabília referente à Olimpíada – das bicicletas usadas nos desfiles de abertura e encerramento a tochas personalizadas (a que foi usada por Vanderlei Cordeiro de Lima para acender a pira olímpica no Maracanã também foi arrematada) e bolas, sempre com certificados de autenticidade.

Agora, o foco está em material bem menos nobre, que não deve atrair interessados pelo valor histórico, mas especialmente pela oportunidade de negócios – tanto assim que os artigos foram anunciados em um site de leilões online habituado a oferecer material industrial ou descartado por grandes empresas, o Sold (www.sold.com.br).

Na terça-feira, será batido o martelo para 52 lotes de televisores de LED Panasonic Viera 19 polegadas (1.960, ao todo), reunidas em grupos de 10, 20, 50 e 100 unidades. Os valores dos lances iniciais são relativamente tentadores ­­– cada aparelho, sai, em média, por R$ 280, mais despesas administrativas, mas não há qualquer garantia e é necessário adquiri-los no estado em que se encontram – as TVs estão guardadas em um galpão de Duque de Caxias. Nenhum lote recebeu lances – nesse caso, outro pregão pode ser feito com valores mais baixos.

Situação não muito diferente da do outro tipo de produto com leilão previsto para o mesmo dia: os 7.136 edredons de solteiro dupla face usados na Vila Olímpica. Não houve lances para os 15 lotes e o regulamento do pregão deixa claro que eles são oferecidos podendo "apresentar avarias, amassados, riscos, sujeira, uso, desgaste, ausência de embalagem, manuais e de algumas peças, acessórios e/ou componentes". O valor individual por peça é de R$ 12,70 mas, mesmo partindo do princípio de que estão em boas condições de uso, parece difícil encontrar quem se interesse por tamanha quantidade (em média, 500 unidades o lote).

Carrinhos
Alguns dos itens oferecidos em leilões anteriores ainda estão à espera de compradores. Casos dos reboques-ambulância usados para os cavalos durante as competições do hipismo, em Deodoro. Ou dos lotes de nobreaks. Melhor sorte tiveram os oito carrinhos elétricos usados no campo de golfe da Barra, ou os 26 lotes de smartphones Samsung – ambos renderam aos cofres do Comitê Rio-2016 mais do que o previsto inicialmente.