Reabertura do Mineirão é marcada pelo caos e pode custar caro para Minas Arena

Bruno Moreno - Do Hoje em Dia
04/02/2013 às 07:00.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:40
 (Samuel Costa/Hoje em Dia)

(Samuel Costa/Hoje em Dia)

O primeiro dia de operação do novo Mineirão, domingo (4), como toda estreia, rendeu muitas surpresas aos torcedores de Cruzeiro e Atlético. Apesar da magnitude da obra, o que marcou a festa foi a desorganização e o desrespeito, numa mostra evidente de que o estádio ainda não está pronto para receber um evento do tamanho do maior clássico de Minas.

E a incapacidade de operação demonstrada pela Minas Arena, logo na partida de abertura, pode causar problemas para o consórcio de empreiteiras que administra o estádio.

Conforme o contrato de concessão do Mineirão, se o índice de satisfação do cliente pessoa física, ou seja, os torcedores, for menor que 2 por três meses, a multa é de R$ 4 milhões. Esse índice será feito com base em pesquisa realizada por auditores independentes da empresa de auditoria Ernest &Young, que ontem colocou 11 profissionais para avaliar a estrutura e operação do estádio.

Na pior das hipóteses, se for reincidente, a Minas Arena pode até perder a concessão.

Muitos foram os problemas enfrentados fora e dentro do Mineirão no domingo. Os piores e que mais revoltaram os torcedores foram a falta de bares abertos e os banheiros sujos. A expectativa de que o tropeiro voltasse foi frustrada e a dificuldade para comprar qualquer coisa de comer ou beber era clara, com filas imensas nos poucos bares que abriram.

Os desacertos começaram já na venda antecipada de ingressos, na semana passada, quando o sistema informatizado ficou fora do ar e tanto a venda pela internet, quanto física, nas bilheterias, foi prejudicada, com torcedores passando dias nas filas.

NORMALIDADE

Para o governador Antonio Anastasia, essa situação é normal quando grandes intervenções são feitas. “É evidente que um estádio desse tamanho, uma obra desse tamanho, concluída depois de dois anos e meio, exige um processo de aperfeiçoamento. A Minas Arena entregou no prazo, no valor ajustado no contrato, para que, durante os próximos seis meses, até a Copa das Confederações, tenhamos os jogos testes da Fifa. Nós vamos ajustar”, afirma o governador.

Segundo Anastasia, o que aconteceu no Mineirão é regra: “Encaro com absoluta normalidade qualquer tipo de desacerto que vai se ajustando com o tempo. O que, aliás, ocorre em todas as grandes obras”.

Ontem, ao meio-dia, apenas cinco horas antes do início do clássico, poucos funcionários trabalhavam no estádio para deixá-lo pronto para o confronto. Algumas equipes limpavam os banheiros e os bares estavam abandonados. Nos corredores, muito entulho. Só a partir das 14h que mais funcionários passaram a trabalhar.

A Minas Arena havia contratado a empresa portuguesa LusoArenas, que tem experiência em estádios europeus, para gerir em conjunto o Mineirão, mas no ano passado resolveu cancelar o contrato.

A opção foi pela contratação de funcionários que trabalham no Engenhão, no Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, apostou em profissionais mineiros.

A Minas Arena informou que vai fazer um levantamento de todos os problemas vividos pelo torcedor ontem e depois vai se pronunciar.

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