O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou nesta quarta-feira que o governo federal está preocupado com o encarecimento dos ingressos nos novos estádios que estão sendo construídos ou reformados para a Copa do Mundo de 2014. Nos já inaugurados, como Fonte Nova e Mineirão, o torcedor começou a sentir - no bolso - o peso da nova realidade do futebol brasileiro. Nessas duas arenas, em Salvador e Belo Horizonte, os bilhetes mais baratos têm custado 35 e 30 reais, respectivamente, na meia-entrada.
O custo está bem acima do valor ao qual estavam acostumados os torcedores das duas cidades. No Mineirão, por exemplo, a última partida antes da reforma (Atlético-MG 0 x 1 Ceará) teve ingressos de geral a R$ 5 a meia-entrada. Já no primeiro jogo do "novo" estádio, um Cruzeiro 2 x 1 Atlético-MG, o bilhete mais barato para estudantes, idosos ou crianças saiu por R$ 30.
"Evidentemente há essa possibilidade de encarecimento dos ingressos, é um receio nosso", disse Rebelo, durante evento de inauguração do relógio que marca a contagem regressiva de um ano para a abertura da Copa do Mundo, nesta quarta-feira, na praia de Copacabana, no Rio. "Não queremos que a população mais pobre do País, que está mais ligada ao futebol, seja afastada dos estádios. É preciso compatibilizar o acesso entre eles e o torcedor de poder aquisitivo mais alto."
O ministro deu a entender que o governo federal pode tentar intervir com os administradores dos estádios para a criação de categorias mais baratas de ingressos, a exemplo do que aconteceu na Copa das Confederações e na Copa do Mundo. "Com a Fifa, chegamos a um acordo com a criação de quatro categorias de ingressos (a categoria 4 é a mais barata) e a doação de 50 mil ingressos da Copa de 2014 para beneficiários do Bolsa Família e indígenas", afirmou Rebelo. Na Copa das Confederações, os bilhetes da categoria 4 custam R$ 57.
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