(Nelson Almeida)
Após Neymar ter os bens bloqueados pela Justiça, o pai do atleta foi aconselhado pelo agente Wagner Ribeiro a colocar toda a sua fortuna em paraísos fiscais. A repercussão da fala chegou até a área de fiscalização da Receita Federal, que ironizou a declaração.
"Eu achei graça disso, porque se esse fosse o desenho das operações desse jogador, todos os contratos de publicidade que ele recebe aqui no Brasil e que fossem remetidos para o exterior em paraísos fiscais pagariam 25% de imposto de renda", disse o subsecretário de Fiscalização da Receita Federal, Iágaro Martins.
"Ou seja, ele pagaria muito mais imposto do que ele paga hoje", comparou.
Mesmo no caso de envio através de remessas não declaradas, a situação do atacante do Barcelona não seria a melhor saída, na avaliação do fisco.
"Se a orientação é fazer uma remessa não declarada para esconder o patrimônio lá, o Neymar corre o risco de ter o mesmo problema que seu colega de clube, Lionel Messi, tem", disse. O atacante argentino atualmente responde ação criminal com o fisco espanhol.
Outro suspeito de fraude no elenco do time é o zagueiro Javier Mascherano, que foi convocado nesta semana pela justiça espanhola para explicar uma possível sonegação de impostos.
No caso de Neymar, os auditores apontaram a existência de fortes indícios de irregularidades. A investigação do fisco contra o jogador gerou um relatório de 192 páginas com suspeitas de fraude.
Atualmente o fisco e o jogador brasileiro discutem os débitos na esfera administrativa. A palavra final sobre o caso nesse âmbito deverá ser dada pelo Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).
Caso o jogador seja condenado pelo órgão, o Ministério Público Federal deverá apresentar uma denúncia de crime contra a ordem tributária cometido por Neymar. A pena máxima para esse tipo de delito é de 12 anos de prisão.