(Maurício Vieira/Hoje em Dia)
A partir das 9h da manhã desta segunda-feira, o advogado Sérgio Santos Rodrigues passa a ser oficialmente o novo presidente do Cruzeiro. Eleito em 21 de maio, ele terá pela frente um mandato tampão de sete meses, terminando o período de
Wagner Pires de Sá, que renunciou juntamente com seus dois vices (Hemínio Lemos e Ronaldo Granata) em dezembro do ano passado.
Apesar de ser considerado por ele a realização de um sonho de infância, o que Sérgio Rodrigues começa a viver nesta segunda-feira é na verdade um desafio gigantesco.
O Cruzeiro tem uma dívida de quase R$ 900 milhões, dezenas de ações na Justiça do Trabalho, e muitos processos na Fifa pelo não pagamento de jogadores contratados principalmente na gestão de Gilvan de Pinho Tavares.
Uma dessas dívidas, o não pagamento, há duas semanas, do empréstimo do volante Denílson, contratado no segundo semestre de 2017, faz com que a disputa da Série B comece para o Cruzeiro com seis pontos a menos, pois o clube foi punido pela Fifa.
Série B
Aliás, a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro é outro desafio tão importante quanto a estabilidade financeira do clube, pois esta d[/TEXTO]epende principalmente da volta da Raposa à Série A em 2021.
O retorno à elite do futebol nacional tem ainda outro significado, este sentimental. Em 2 de janeiro do ano que vem, o Cruzeiro completa 100 anos. Por causa da pandemia pelo novo coronavírus, que atrasou o calendário do futebol no mundo inteiro, dificilmente o clube deixará de passar a data ainda jogando a Série B.
Mas a grande comemoração que o cruzeirense quer ter em 2021 é, sem dúvida, a volta à Primeira Divisão.
Incerteza
Como Santos Rodrigues foi eleito para encerrar o mandato de Wagner Pires de Sá, que terminaria em 31 de dezembro deste ano, ele terá de concorrer à reeleição já em outubro. E isso não deixa de ser uma preocupação a mais.
Além do pouco tempo para resolver tantos problemas, o centenário pode ser uma fonte de receita importante para o clube. Até porque, Sérgio, em entrevista exclusiva ao Hoje em Dia na última quinta-feira, destacou o papel da torcida neste processo de reconstrução.
“Eu sempre falo que o Cruzeiro só sairá do buraco se os 9 milhões de torcedores abraçarem o time e contribuírem para sua ressurreição”, garantiu o dirigente.
“É muito grande a dificuldade de assumir o clube na atual situação, mas eu sempre discordei das palavras inviabilidade, falência, insolvência. Quando ninguém acreditava que poderiam ser resolvidos alguns problemas urgentes que a gente tinha, mesmo antes da posse, resolvemos. À medida que vamos expondo nossos projetos, mostrando coisas diferentes que queremos fazer, isso nos faz acreditar que é possível sair dessas dificuldades”, afirma Sérgio.
Esta confiança é tudo o que a China Azul quer ter.