Jogador mais experiente da seleção olímpica, o meia Renato Augusto reagiu com naturalidade às comparações entre o principal jogador da equipe masculina, Neymar, e a craque Marta, da seleção feminina. Ele disse não ter escutado a torcida gritar o nome da camisa 10 como provocação ao jogador do Barcelona durante a partida contra o Iraque e também não estranhou o fato de, no Rio, um menino ter riscado o nome de Neymar e grafado o de Marta em sua camisa.
"Eu nem tinha escutado gritarem Marta, fiquei sabendo depois", disse nesta terça-feira. "Em campo, procuro me concentrar o máximo no jogo, mas comparações são inevitáveis quando uma equipe não tem o sucesso que é esperado dela e a outra tem."
De acordo com o jogador, com as redes sociais se torna natural as manifestações e que elas ganhem corpo. "Mas não nos preocupamos com isso, e sim em fazer gols. Assim as comparações vão acabar."
Renato Augusto, porém, admitiu ter ficado preocupado com Neymar depois do jogo com os iraquianos, a ponto de ir ao quarto do atacante saber como ele estava. "Fiquei preocupado com a equipe toda depois do jogo", revelou, num posicionamento que denota liderança. "Então fui a quarto do Neymar. Ele ficou chateado, claro, com o resultado, mas está confiante. Não está feliz, mas se sente bem, e sabe de sua importância para o grupo."
Assim como todos os jogadores têm feito publicamente, Renato Augusto disse que Neymar tem "o apoio do grupo e da comissão".
O meia vê na ansiedade o principal problema da seleção neste momento. O time empatou as duas primeiras partidas, sem fazer gols, e isso está dificultando ainda mais as coisas. "O que mais atrapalha é a ansiedade de fazer o primeiro gol. A ansiedade de tirar esse peso das costas é o que mais atrapalha diante da responsabilidade de jogar em campo", afirmou. "Quando conseguirmos fazer o gol vai nos tranquilizar."
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