Rivalidade: capital mineira é preta, branca e azul

Guyanne Araújo - Hoje em dia
07/11/2014 às 09:15.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:56
 (MARCELO PRATES - LUCAS PRATES/ Hoje em Dia )

(MARCELO PRATES - LUCAS PRATES/ Hoje em Dia )

“Galo forte e vingador? É fraco e perdedor”, alfineta o cruzeirense. “Na final no Mineirão vamos dar mais uma volta olímpica”, rebate o atleticano. “A CBF já me enviou e-mail dizendo quem vai ser o campeão”, brinca o torcedor celeste. “Vocês ainda não ganharam de nós, neste ano”, argumenta o alvinegro.   O clima de rivalidade, que já era quente entre os torcedores dos maiores clubes mineiros, promete esquentar ainda mais com o encontro de Atlético e Cruzeiro na final da Copa do Brasil.   Basta os comerciantes Luiz Carlos de Oliveira, que é atleticano, e Franklim Pacífico, cruzeirense, vizinhos de frente no Mercado Central, se encontrarem, para dar início ao papo recheado de comentários e “zoações” em uma “discussão saudável”.   Nenhum dos dois esperava a final dos sonhos envolvendo os rivais. Mas, agora, mais do que nunca, as apostas já estão rolando. “Sempre aposto com outro amigo refrigerantes. Quem perde doa Coca-Cola ao outro e distribuimos no mercado”, disse Franklim, comerciante no local há 20 anos, se referindo a todas as vezes que Cruzeiro e Atlético duelam. Luiz Carlos, que trabalha no mesmo local há três décadas, disse que a zoação é saudável e que nessa quinta-feira (6) os comentários eram ouvidos a todo momento.   Bastou os árbitros apitarem os finais das partidas entre Atlético e Flamengo e Cruzeiro e Santos para que as ruas de BH lotassem de torcedores. Eles fizeram questão de sair com seus respectivos uniformes para comemorar a classificação.    Alheios à rivalidade dos adultos, Luca e Rebeca, cada um com a camisa do time que torce, brincavam nessa quinta na praça Duque de Caxias, no bairro Santa Tereza. Da mesma forma, Ian e Antônio batiam boa na escola, na Serra. E no aeroporto de Confins, Lara Chabely e Lelo Ramalho embarcaram vestindo as cores que amam para comemorar quatro anos de casados.   Mas não foi só nas ruas que a “temperatura” subiu. Nas redes sociais, jogadores e torcedores comemoraram a classificação com fotos e comentários.   Homenagem   Victor Luiz Freitas, de apenas 9 meses, não entende o que isso significa. Mas o bebê, que recebeu este nome em homenagem ao goleiro do Galo, vivenciará um momento histórico com a final de uma competição nacional entre os rivais mineiros.   O pai dele, o supersticioso Luiz Carlos de Freitas, põe fogo na rivalidade ao se referir à final. “Vi o jogo (contra o Flamengo) com a mesma camisa e os ingressos das partidas contra Palmeiras e Corinthians no bolso. Agora vai ser bom que o Atlético poderá ganhar o título em cima do Cruzeiro e lavar a alma. Mas se não for ao cardiologista, não dá para torcer para o Galo”, diz.   Clássico da paz    Grande parte da torcida espera que os jogos selem a paz entre as torcidas. “A zoação é mais para aquecer a rivalidade, mas espero que seja uma clássico da paz, sem violência”, disse Luiz Carlos.   O cruzeirense Irto de Jesus Fernandes faz coro ao atleticano. Ele destaca que as partidas decisivas valorizam o futebol mineiro. “Com essa final da Copa do Brasil em Minas, o Estado estará em jogo. Vai ser a final dos sonhos entre os maiores rivais”, disse.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por