(Marina Almeida/América Pedro Souza/Atlético)
Frases como “só favoritismo não ganha jogo”, “é dentro de campo que as coisas se resolvem” e “a partida pode ser decidida em um detalhe” se tornaram clichês, sim, mas também verbetes do manual de um clássico do futebol. Manual este que treinadores do calibre de Vagner Mancini, do América, e Cuca, do Atlético, ajudaram a cunhar.
Neste sábado (10), às 19h, no Independência, em duelo envolvendo os clubes mineiros que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro, os dois técnicos vão escrever mais um capítulo deste livro de rivalidade, porém, no máximo um deles terá suas páginas incluídas na versão atualizada da enciclopédia “como ganhar um dérbi”.
História
As trajetórias dos atuais comandantes de Coelho e Galo já se cruzaram algumas vezes. No retrospecto geral dos confrontos envolvendo os dois professores, Mancini levou a melhor em quatro ocasiões, e Cuca, em três, havendo ainda um empate.
O jogo mais lembrado dessa história é a maior goleada do Cruzeiro em clássicos contra o Atlético, o emblemático 6 a 1, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, pela última rodada do Brasileirão de 2011. Naquela oportunidade, os celestes eram dirigidos por Mancini, e os alvinegros, por Cuca.
Na temporada seguinte, foi a vez do técnico atleticano se sobressair com um placar elástico em cima de Vagner, que na época defendia o Sport e viu o Leão levar um vareio do Galo, por 4 a 1, em plena Ilha do Retiro. Não era clássico, mas teve um sabor especial ao Alvinegro.
No último encontro entre os comandantes, um dérbi paulista, Cuca também venceu: pelo Santos, bateu o Corinthians, de Mancini, por 1 a 0, em fevereiro deste ano, em jogo válido pela Série A de 2020.
Apesar dessa rivalidade, os dois já foram aliados, quando trabalharam juntos em 2019 no São Paulo, sendo Cuca o treinador, e Mancini, seu auxiliar. A parceria durou cerca de cinco meses.
Esperanças
Também em 2019, Vagner teve uma curta trajetória pelo Atlético. Ao fim da temporada, a diretoria optou por não renovar seu contrato. Pode-se dizer que Mancini foi, então, o último técnico do Galo antes do início de uma era de grandes investimentos e reforços de peso no clube mineiro, a partir de 2020.
De lá para cá, Dudamel fracassou como treinador do Alvinegro, e Sampaoli, responsável direto pela montagem do plantel, abandonou o barco. Coube a Cuca pegar esse “legado” e levar o time a outro patamar. Em suma, o comandante campeão da Libertadores de 2013 chegou com a missão de transformar em títulos tanto investimento feito.
Por sua vez, Mancini assumiu o América como uma espécie de “salvador”. Isso porque, após a saída de Lisca, herói do Coelho em 2020, ele chamou para si a responsabilidade de consolidar a permanência do Alviverde na Primeira Divisão.
Diante dos objetivos principais dos dois clubes, o duelo deste sábado emerge como um ponto fundamental nas respectivas trajetórias dos treinadores. Resta saber quem será o responsável por criar a tática perfeita – ou pelo menos suficiente – para sair vitorioso neste campeonato à parte que é o clássico. Ou seja, como manda o manual.Marina Almeida/América Pedro Souza/Atlético