São Paulo tenta conter crise em meio a atraso de pagamentos e revolta com cartola

Fohapress
20/02/2016 às 12:41.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:30
 (Hoje em Dia)

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A semana do São Paulo foi turbulenta dentro e fora de campo: depois de perder para o The Strongest, na quarta-feira (17), parte do elenco decidiu não falar com a imprensa, devido a atrasos em pagamentos de premiações e direitos de imagem; ao mesmo tempo, um membro da diretoria fez duras críticas a jogadores em redes sociais. Com divisões no elenco e descontentamento com a direção, a cúpula são-paulina começou a trabalhar para conter a crise.
Os atletas começaram a semana com um ou dois meses de imagem atrasados - como recebem em datas diferentes, os atrasos também não são iguais. Antes da partida de quarta, parte do elenco decidiu que não falaria com a imprensa. Depois da derrota, entretanto, alguns jogadores, como Lugano, Calleri e Alan Kardec, acabaram dando declarações aos jornalistas.
Entre os atletas, houve mal-estar. Michel Bastos, capitão do time, cumpriu o combinado com parte dos companheiros e não deu declarações; a fala de Lugano não repercutiu bem com o camisa 7 são-paulino e com os demais participantes da greve de silêncio.
Os pagamentos atrasados não tinham sido suficientes para gerar uma crise entre elenco e diretoria isso se agravou com as declarações nas redes sociais do assessor da presidência Rodrigo Gaspar (chamou Michel Bastos e Milton Cruz de ervas daninhas, Rodrigo Caio de 'jogador de condomínio', além de criticar Centurión). No dia seguinte, foi bancado e mantido no cargo pelo presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.
A forma como a postura de Gaspar foi tratada no clube foi mal-recebida pelos jogadores desde as declarações, dadas em um momento no qual a diretoria tinha pagamentos atrasados, até sua manutenção no cargo. Pelo menos quatro jogadores reagiram com indignação à situação, e esperavam pelo menos um afastamento do assessor.

CONTENÇÃO DA CRISE
O cenário levou o São Paulo a adotar medidas para conter a crise. Nesta sexta, o vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro foi à Rádio Transamérica. Admitiu os atrasados, deu total razão à insatisfação dos jogadores e prometeu que a situação não se repetiria  na temporada, em um esforço para blindar o elenco.
Leco conversou com os atletas e ressaltou a postura da diretoria em relação aos pagamentos atrasados: disse que apesar deles acontecerem, a gestão têm trabalhado de forma leal para solucionar os problemas -ao contrário do que acontecia durante o mandato de Carlos Miguel Aidar, as promessas vem sendo cumpridas e a situação financeira tratada de forma transparente. No momento, o São Paulo negocia uma renovação de direitos de transmissão com a Rede Globo; parte da receita do acordo será usada para quitar  débitos com os jogadores e evitar que eles voltem a surgir.
Rodrigo Gaspar se retratou na mesma rede social onde tinha feito os comentários, pedindo desculpa aos jogadores e agradecendo à confiança depositada por Leco.
É cedo para auferir se as medidas devolverão a paz ao São Paulo. Quem vive o dia a dia do Morumbi afirma que o clima melhorou bastante após as conversas desta sexta-feira (19). O termômetro, como sempre no futebol, será dentro de campo: o time comandado por Edgardo Bauza recebe o Rio Claro amanhã (21), no Pacaembu.

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