Santos nega procurar meia com mesmo perfil de Ganso

Sanches Filho
30/10/2012 às 21:48.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:43

A camisa 10 do Santos de 2013 ainda não tem nome. A obsessão de Muricy Ramalho é encontrar o armador cerebral, com capacidade para 'pensar' o jogo e para dividir com Neymar a responsabilidade de comandar o futuro, mas corre o risco de não ser atendido. Fiel à política de não gastar mais do que arrecada, os dirigentes trabalham com inúmeras possibilidades de reformular o elenco atual, porém não dão sinais de que vão contratar o meia clássico para ser o sucessor de Paulo Henrique Ganso, vendido recentemente ao São Paulo.

Até agora, a cúpula santista descartou todos os nomes especulados na imprensa e elogiados pelo treinador, do mais antigo, Riquelme, ao mais recente, Pablo Aimar, passando por Alex, mandado embora pelo Fenerbahce, da Turquia, e que está de volta ao clube de origem, o Coritiba. A mesma justificativa foi usada em todos os casos: são jogadores que não se enquadram dentro das prioridades estabelecidas no projeto de reformulação.

"Vamos reforçar todos os setores do time, mas dentro do planejamento que foi elaborado. Defesa, meio de campo e ataque, mas sem pensar em um jogador específico, com as características do Ganso", disse o vice-presidente da diretoria, Odílio Rodrigues Filho, nesta terça.

Embora insista que todos os compartimentos serão reforçados, Rodrigues adiantou que o Santos não vai fugir de sua política salarial - o teto deve estar em torno de R$ 200 mil, com poucas exceções - e que trabalhará dentro de suas possibilidades orçamentárias.

A certeza de Muricy de que vão chegar 'reforços de peso' teria sido o compromisso assumido por alguns dirigentes quando da venda de Ganso de que os R$ 24 milhões seriam usados em contratações. Fontes do próprio clube dizem que para compensar a perda de Ganso, Elano e Borges e outros titulares, a diretoria cogita até antecipar o recebimento de cotas de transmissão de televisão para formar um time de alto nível. A começar pelo retorno em definitivo de Robinho e, talvez, a contratação de Diego, o meia da geração vencedora de 2002.

Enquanto o novo 'pensador' não chega à Vila Belmiro, Muricy faz experiências com o que tem em mãos. Depois da sequência de boas atuações, Felipe Anderson voltou a mostrar que ainda não está pronto para ser o articulador do time. O treinador chegou a pensar que Pato Rodriguez fosse solução, mas o meia argentino corre mais do que pensa. A última tentativa de Muricy foi com a improvisação de Neymar no meio. Mais recuado, o craque mostrou precisão em bolas enfiadas para os meias e atacantes, mas aí faltou um jogador com a sua qualidade para transformar os passes em gols.
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