São Paulo e Santos entraram em campo para o clássico deste domingo em momentos similares. Com treinadores interinos, após as demissões de Ney Franco e Muricy Ramalho, as equipes precisavam da vitória para ganhar um pouco de tranquilidade. E ao apito final do árbitro foi o Santos que pôde comemorar os três pontos, após derrotar o rival por 2 a 0, em pleno Morumbi, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro.
O resultado tirou o time da Vila Belmiro da zona de rebaixamento e o levou à décima colocação, com oito pontos. Na próxima rodada, seu adversário será a Portuguesa, no sábado, às 18h30, em casa. Antes, no entanto, a equipe pega o Crac, também em casa, quarta-feira, às 21h50, pela Copa do Brasil. Já o São Paulo estacionou também nos oito pontos, na nona posição, e entra em campo quarta-feira para pegar o Bahia, às 21 horas, no Morumbi, em jogo adiantado da 11.ª rodada.
As duas equipes mostraram bastante intranquilidade em campo e cometeram muitos erros bobos. Pelo lado santista, brilhou a estrela do jovem Giva, de 20 anos, que deixou o banco de reservas e marcou o primeiro gol menos de um minuto depois de entrar no lugar de Willian José. Cícero fez o segundo quando o São Paulo era todo ataque e selou o placar.
Já o time do Morumbi ouviu as críticas da torcida, que não poupou ninguém. Paulo Henrique Ganso e Juan deixaram o campo bastante vaiados, os torcedores chamaram a equipe de "sem vergonha" e chegaram a gritar "olé" para o toque de bola santista. No fim, o nome mais ouvido era o de Muricy Ramalho, pedido dos são-paulinos para a vaga de Ney Franco.
O JOGO - O início foi bastante movimentado, com as duas equipes errando bastante na marcação. A primeira chegada foi do Santos, logo aos três minutos, quando Léo arrancou pela esquerda e rolou no meio para Montillo. O argentino tentou bater de primeira, para surpreender Rogério Ceni, mas jogou por cima.
Aos cinco, o time visitante teve outro grande momento. Leandrinho recebeu lindo lançamento de Neilton e, em posição legal, ficou sozinho de frente para Rogério Ceni, que estava mais uma vez adiantado. O jogador, então, tentou tocar por cobertura, mas perdeu.
A resposta do São Paulo veio logo na sequência, aos seis minutos, e do mesmo jeito. Juan foi lançado nas costas da defesa e conseguiu driblar Aranha, que saiu mal. Sem ângulo, tocou para Luis Fabiano, que foi travado na hora do chute. Mais três minutos e Lúcio perdeu grande oportunidade, depois que recebeu sozinho na área e cabeceou para grande defesa de Aranha.
Aos poucos o São Paulo começou a dominar a partida, se aproveitando da marcação frágil do Santos. Aos 16 minutos foi a vez de Luis Fabiano ser lançado por Osvaldo nas costas da defesa, mas na hora da finalização acabou se atrapalhando e foi travado por Gustavo Henrique.
O ritmo diminuiu com o passar do tempo, mas Luis Fabiano seguia dando trabalho à defesa santista. Aos 35, ele foi lançado, mas errou o domínio e facilitou para Aranha. Mais um minuto e novo passe de Jadson para o atacante, que invadiu a área pela direita e bateu. O goleiro santista fez outra boa defesa.
O segundo tempo seguiu com o São Paulo em cima, explorando o espaço dado a Jadson. Aos oito minutos, Lúcio iniciou grande jogada com um chapéu em Montillo, tabelou com Luis Fabiano e tocou para Jadson. O meia teve calma para cortar Galhardo e sozinho, dentro da área, escolher o canto. A bola passou rente à trave.
Depois de perder tantas chances, o São Paulo foi castigado. Brilhou a estrela de Giva, que marcou com menos de um minuto em campo, após entrar na vaga de Willian José. Montillo recebeu pela esquerda, dentro da área, pedalou para cima de Rodrigo Caio e cruzou. O jovem atacante tocou de cabeça, no canto direito de Rogério, que não alcançou.
O gol fez com que a intranquilidade são-paulina aumentasse e a equipe já não conseguia trocar bons passes como vinha fazendo. Enquanto isso, o Santos se fechava e esperava uma chance no contra-ataque. Aloísio e Maicon, que entraram nas vagas de Ganso e Denilson, tentaram em chutes de fora, mas erraram o alvo.
Sem ameaçar o gol santista, o São Paulo acabou castigado mais uma vez. Emerson, que havia entrado há pouco, deu lindo cruzamento para Cícero, que invadiu a área sozinho, por trás da zaga, e cabeceou no canto esquerdo de Rogério, que mais uma vez nada pôde fazer. Daí para frente, foi só segurar o resultado.
FICHA TÉCNICA:
SÃO PAULO 0 X 2 SANTOS
SÃO PAULO - Rogério Ceni; Rodrigo Caio, Lúcio, Rhodolfo e Juan (Ademilson); Wellington, Denilson (Maicon), Paulo Henrique Ganso (Aloísio) e Jadson; Osvaldo e Luis Fabiano. Técnico: Milton Cruz (interino).
SANTOS - Aranha;, Galhardo, Gustavo Henrique, Durval e Léo (Emerson); Arouca, Leandrinho, Cícero e Montillo; Neilton (Pedro Castro) e Willian José (Giva). Técnico: Claudinei Oliveira (interino).
GOLS - Giva, aos 12, e Cícero, 36 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO - Raphael Claus (SP).
CARTÕES AMARELOS - Denilson , Wellington(São Paulo); Arouca (Santos).
RENDA - R$ 345.930,00.
PÚBLICO - 11.819 pagantes.
LOCAL - Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP).
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