Seleção Brasileira luta, mas sofre dois gols em 30 minutos e é eliminada da Copa pela Bélgica

Frederico Ribeiro
Enviado Especial à Rússia
06/07/2018 às 16:59.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:15
 (Frederico Ribeiro/Hoje em Dia)

(Frederico Ribeiro/Hoje em Dia)

KAZAN (Rússia) - O sonho está adiado por mais quatro anos. Desta vez, nada de 7 a 1. A Seleção Brasileira se despede da Copa do Mundo da Rússia com uma derrota construída também nos primeiros minutos de jogo, mas com um estilo de jogo que por pouco não valeu uma retomada esperançosa. Diante da Bélgica, nesta sexta-feira, o Brasil perdeu de 2 a 1 na Arena Kazan.

Gols de Fernandinho - o substituto do suspenso Casemiro marcou contra - e de De Bruyne. A "ótima geração" marcou, correu e metralhou no contra-ataque. Com a bola nos pés na maior parte da disputa, Neymar e seus aliados diminuiram o placar com o relógio avançado. Um adeus na segunda derrota da era Tite, a primeira com dois gols sofridos. 

O JOGO

Roberto Martínez tomou lições do jogo contra o Japão e entrou com uma formação menos ousada. Fellaini e Chadli, heróis da virada nas oitavas, tomara a posição de Carrasco e Mertens. Mais solidez para o trio infernal - De Bruyne, Hazard e Lukaku - fazer estragos.

Mas a derrocada da Seleção Brasileira na Rússia se iniciou em lance infortúito. Primeiro, um escanteio cavado para a Bélgica no início do jogo, quando o time verde e amarelo já havia acertado o travessão de Courtois em jogada de ping-pong de Thiago Silva. 

O taco brasileiro espirrava no ataque e também na defesa. Na cobrança do córner, a bola muda a trajetória de repente e Fernandinho erra a cabeçada. Reslava nela com a parte traseira do bíceps e manda para o fundo do gol de Alisson. Seria o "assassinato de reputação dois" do volante.

Erraria pouco depois, quando o Brasil dominava as ações ofensivas para achar uma jogada limpa. Num contra-ataque de outra oportunidade jogada fora dos canarinhos, Lukaku mostrou a besta que é. 

Arrancada de trator no meio de campo, driblando justamente Fernandinho, e um passe de camisa 10 para De Bruyne, que partia na velocidade e na faixa desportegida do lado esquerdo brasileiro. Chute seco, sem a bola girar na trajetória, vencendo Alisson. 

Era o time de Tite vivendo situação inédita. Dois gols numa mesma partida. Dois gols sofridos em 31 minutos. E um Mar Negro inteiro para remar. Ações não faltavam para tornar o jogo mais paréo, e a justiça só viria muito tarde.

COURTOIS, HOMEM-BORRACHA

O Brasil chegou a reclamar de dois lances de falta na área da Bélgica. Primeiro, Neymar entrou por dentro na área, esperou o choque de Fellaini - que não aconteceu - e se atirou. Nada a marcar. Então Gabriel Jesus estrearia na Copa, em bela jogada de linha de fundo. Já dentro da área belga, canetou Vertoghen e driblaria Kompany, que veio por baixo e acertou o camisa 9.

Mais pedido de pênalti - desta vez com razão - e o VAR não foi acionado pelo sérvio Milorad Mazic. Tite colocaria um jogador que, se entrasse mais cedo, mudaria o jogo. Renato Augusto no lugar do apagado Paulinho. O camisa 8 abriu a defesa belga com infiltrações pelo meio.

Laçamento de Coutinho - o ponto de luz dessa Seleção - na cabeça do volante, que subiu alto para testar no canto, indefensável para o goleiro dos Diabos Vermelhos. Havia 15 minutos para jogar, e Renato ainda teria chance de ouro, porém em bola rasteira tocada na entrada da área adversária. A bola acertou a garrafa d'água de Courtois. 

Nesse momento, a Bélgica assustou apenas uma vez, em puxada rápida de contra-ataque de Hazard. Havia feito jogada de perigo antes do gol de Renato Augusto. Só substituíndo o time na reta final da partida - e a equipe pregou -, os belgas quase levaram o empate com Coutinho e Firmino, cada qual em sua característica, mas bolas para fora do alvo.

Na reta final, o último suspiro. Douglas Costa voltou a infernizar pela direita do ataque brasileiro, abriu caminho para a bola ser rolada para Neymar. Como Michael Jordan no estouro no cronômetro, o craque brasileiro tinha a bola para levar o jogo pra prorrogação. Como Michael Jordan em inúmeras vezes, ele chutou com todo capricho, mas havia um aro pela frente, ou melhor, as pontas dos dedos do gigantesco Courtois. 

Fim da linha para a Seleção Brasileira. Hexa adiado para 2022, no Catar.

FICHA TÉCNICA
Brasil 1x2 Bélgica

Brasil: Alisson; Fágner, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Fernandinho, Paulinho (Renato Augusto) e Coutinho; Willian (Firmino), Gabriel Jesus (Douglas Costa) e Neymar. Técnico: Tite.

Bélgica: Courtois; Alderweireld, Kompany e Vertoghen; Meunier, Fellaini, Witsel e Chadli (Vermaelen); Hazard, De Bruyne e Lukaku (Tielemans). Técnico: Roberto Martínez

Gols: Fernandinho, contra, aos 14'/1ºT; De Bruyne, aos 31'/1ºT; Renato Augusto, aos 31'/2ºT
Arbitragem: Milorad Mazic, auxiliado por Milovan Ristic e Dalibor Djurdjevic. Trio da Sérvia
Cartões amarelos: Alderweireld e Meunier (BEL); Fernandinho e Fágner.
Público: 42.873 presentes
Local: Arena Kazan, Rússia

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