O desempenho do Brasil na goleada por 4 a 0 diante do Japão, nesta terça-feira, na cidade polonesa de Wroclaw, deixou Mano Menezes extremamente satisfeito. Mesmo após os 6 a 0 sobre o inexpressivo Iraque, quinta passada, a seleção precisava de uma atuação convincente diante um adversário mais forte, o que aconteceu contra os japoneses e empolgou o técnico brasileiro.
"A gente vem trabalhando na busca de uma seleção ideal. Tivemos alguns percalços no meio do caminho, mas estamos nos aproximando do que imaginávamos. Óbvio que fazer dez gols em dois jogos é muito, fora da normalidade, mas o mais importante é que a seleção produziu para fazer estes dez gols. E isso é mérito de uma formação que vai se encaixando", declarou.
Mano avaliou que a formação utilizada diante de iraquianos e japoneses, sem um centroavante fixo, foi fundamental para as boas exibições. No lugar que vinha sendo ocupado por Leandro Damião, o treinador escalou Kaká, que não atuava pela seleção há mais de dois anos. A entrada do meia deixou a equipe sem uma referência, mas com a criatividade que vinha faltando.
"Estamos trabalhando com essa ideia de deixar a seleção sem uma referência há tempos. Não havia encaixado, mas agora sim achamos jogadores de meio de campo que permitem isso. Isso requer mais entendimento de jogo. Agora a seleção passará para uma fase em que a saída de um jogador não vai mudar muito no rendimento", comentou.
Outra mudança feita pelo técnico brasileiro que surtiu efeito foi a entrada de Paulinho. Ao lado de Ramires, o jogador do Corinthians fez uma dupla de volantes que sabem chegar ao ataque e inclusive marcou seu primeiro gol com a camisa da seleção diante do Japão.
"Hoje (terça) estava até um pouco mais propício para usar dois volantes que atacam, já que tínhamos o Leandro Castán como lateral (na vaga de Marcelo). Acredito muito em uma equipe equilibrada. Não é possível jogar com dois volantes assim se os meias não ajudam na marcação. A retirada de um atacante de referência também ajuda nisso", comentou Mano.
O técnico brasileiro ainda explicou a opção por manter Hulk, mesmo com o atacante destoando das boas atuações de Kaká, Oscar e Neymar. "Temos nas outras três funções do ataque atletas técnicos. Não se faz uma equipe com jogadores só dessa característica. O Hulk tem força física, pode fazer uma jogada diferente dos demais e complementa a característica dos outros, que são muito técnicos".
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