(Frederico Ribeiro)
MOSCOU (Rússia) - Ver a seleção mais uma vez na lanterna das eliminatórias virou cena comum para os amigos Radolfo Pérez e Juan Urdaneta. Entretanto, mesmo com a Venezuela sem conseguir carimbar o primeiro passaporte rumo a um Mundial, a viagem à Rússia se manteve.
Além de cruzar o mundo sem ter o orgulho patriótico presente no maior evento de nações do futebol, os venezuelanos tiveram de lidar com a problemática cambial no país de Nícolas Maduro. Comprar dólares é restritivo e muito caro.
Cada dólar americano pode custar aos bolsos de um cidadão da Venezuala algo em torno de R$ 180, segundo depoimento do administrador Radolfo Pérez. O jeito é se plajenar com antecedência.
"Planejamos depois que a Venezuela ficou fora da Copa, em outubro do ano. Independentemente de a Venezuela vir, já tínhamos a ideia de participar deste Mundial, até porque as chances do nosso país eram pequenas. Assim que saiu o sorteio dos grupos, começamos a comprar passagens e ingressos", diz Randolfo.
Ainda que tenham de torcer para outras nações - e o Brasil é o elegido em 2018 -, a experiência traz riquezas proporcionadas pelo convívio com outras 32 nacionalidades.
"É uma experiência única, muito rica. Conhecer outro país e misturar culturas, costumes e conhecimentos com várias nações. Eu fui a Brasil, e conhecer a Rússia é totalmente diferente", diz Juan.
Em Moscou para acompanhar o jogo entre Rússia e Espanha - que terminou com a vitória dos donos da casa em penalidades - os amigos venezuelanos esperam agora pela mudança de regra na Copa do Mundo. A partir de 2026, serão 48 seleções. Mais vagas para todas as Confederações.
"E torcendo para o Brasil ser campeão, pois aí ajudaria ainda mais. Quem sabe não podemos ir no Catar (2020) já de uma vez, antes de ocorrer o aumento das vagas?", sonha Juan, antes de partir para o Luzhniki Stadium neste domingo (1).